Achar logo o nicho: Motivo para a ausência de rock e heavy realmente novos?
Por Rodrigo Contrera
Postado em 26 de fevereiro de 2018
Lembro-me bem de quando o Aerosmith aparecia em programas de música na tv, nas décadas de 80 e 90. Lembro-me que eles exalavam drogas, alguma pose de rebeldia, e que o som era meio tosco. Eu não gostava, mas marcava presença.
Com o passar do tempo, a banda foi encontrando outra pegada, e com isso se tornou o Aerosmith de hoje, de que eu confesso gostar bastante, apesar de senti-lo excessivamente pegajoso.
Começo este pequeno artigo com essa reminiscência para tentar comentar por que é que as bandas atualmente parecem todas do mesmo jeito, ou parecem se acomodar, e não parecem acrescentar nada, pelo menos para gente que busca novidade, como eu.
Afirmo isso porque me meti a procurar materiais de bandas novas, para conferir o jeito delas, e confesso, fiquei bastante desgostoso. Vi que algumas das bandas que encontrei parecem fracas musicalmente, por um lado. Mas por outro lado parecem apostar em algum tipo de imagem de marketing. Como se tivessem encontrado o seu público.
Olhei outros áudios, de bandas mais antigas, e reparei como isso não era tão claro. Como elas, além de exalarem boa música, pareciam apostar livremente em temas, em sonoridades, em um certo experimentalismo. Muito ao contrário do que tenho visto recentemente.
Confesso que não sei se é bem regra. Mas reflito um pouco sobre algumas bandas, e penso. Imagine o Nightwish. Penso aqui comigo. Eu já sei o que vou ouvir. Pego o Mastodon. O mesmo. Ou Foo Fighters. Mesma coisa.
Curioso que outras bandas, que se meteram de repente a experimentar, levaram só porrada na hora. Curioso também como ouço comentários maledicentes sobre Lulu, do Metallica, só porque os sujeitos saíram da linha, ao menos um pouco.
Percebo que essa mania de encontrar logo o seu público e ficar ali, sem se mexer, só agradando a ele, parece algo comum em muitos setores. No jornalismo, em que atuo. Nas traduções, em que os sujeitos querem logo encontrar sua leva de grandes clientes. No marketing de conteúdo. Nos social media. Parece que todo mundo só pensa hoje em termos de nichos. Querendo conseguir a sua grana e finalmente ficar quieto.
Insisto. Não sei se estou generalizando de forma injusta. Mas realmente vejo o que aparece por aí e pouco parece me agradar, em termos musicais, experimentais e de postura. Quando o primeiro acontece, é como se o pessoal castrasse a si mesmo nas possibilidades. Quando assume uma postura determinada, é como se o pacote de marketing estivesse finalmente pronto para vender.
Sou um sujeito de mentalidade mais antiga. Quando me meti no jornalismo e no marketing, esse tipo de mentalidade não era predominante. E mesmo hoje, quando penso dessa forma, ao menos parcialmente, sempre ensaio sair da caixinha. Sou um repórter generalista, especialista, tradutor pau para toda obra, adoro todo tipo de tecnologia, e não gosto de gente limitada. Até aceito conversar um pouco, mas me entedio fácil. Talvez por isso eu seja tão dificilmente categorizável e domável.
Pensem nisso. O que vocês acham? Tem a ver?
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



A música lançada há 25 anos que previu nossa relação doentia com a tecnologia
O melhor baterista de todos os tempos, segundo o lendário Jeff Beck
Jon busca inspiração no Metallica para shows de reunião do Bon Jovi
A banda com quem Ronnie James Dio jamais tocaria de novo; "não fazia mais sentido pra mim"
Tuomas Holopainen explica o real (e sombrio) significado de "Nemo", clássico do Nightwish
Os álbuns esquecidos dos anos 90 que soam melhores agora
A única música do Pink Floyd com os cinco integrantes da formação clássica
Ingressos do AC/DC em São Paulo variam de R$675 a R$1.590; confira os preços
As músicas que o AC/DC deve tocar no Brasil, segundo histórico dos shows recentes
O hino do metal moderno cuja introdução nasceu de forma "telepática"
Paisagem com neve teria feito MTV recusar clipe de "Nemo", afirma Tarja Turunen
Gus G explica por que Ozzy ignorava fase com Jake E. Lee na guitarra
A melhor música que Bruce Dickinson já escreveu, segundo o próprio
Quando Lemmy destruiu uma mesa de som de 2 milhões de dólares com um cheeseburguer
O solo que Jimmy Page chamou de "nota 12", pois era "mais que perfeito"
Heavy Metal: os dez melhores álbuns lançados em 1991
Bruce Dickinson: quinze álbuns fodões que todo mundo tem que ouvir
A opinião de Jimmy Page sobre Syd Barrett, o guitarrista original do Pink Floyd


Mais um show do Guns N' Roses no Brasil - e a prova de que a nostalgia ainda segue em alta
Como uma música completamente flopada me apresentou a uma das bandas do meu coração
Será que não damos atenção demais aos críticos musicais?
Um obrigado à música, minha eterna amiga e companheira
O impacto da IA na produção musical
Down: Palavras de Phil Anselmo mostram que o metal (ainda) é racista
Os Headbangers não praticantes



