Rock N' Roll, Cultura e Comportamento
Por Neimar Secco
Postado em 29 de novembro de 2013
"I wanna die before I get old" (Quero morrer antes de ficar velho), cantava Roger Daltrey, vocalista do The Who, na clássica My Generation, de 1965. "I'm eighteen and I like it" (Tenho dezoito anos e gosto disso), ecoava Alice Cooper seis anos depois na sua "I'm Eighteen". Na década de 1950, Chuck Berry já narrava rachas entre um Ford V8 e um Coupe de Ville.
No Brasil da década de 1960, pode até ser que nenhum garoto sonhasse em ter propriamente um calhambeque como o de Roberto Carlos, mas que muitos sonhavam em viajar com seu "broto" ao lado pelas Curvas da Estrada de Santos, pode apostar! Algumas formas de vida ainda não tinham dado as caras antes de 1954. Foi naquele ano que um senhor de terno e topete se apresentou aos "menores de trinta anos de idade" nas TVs e nas rádios americanas com Rock Around The Clock.
Algo realmente novo na música e na cultura ocidentais era dado à luz ali. O Rock'n'Roll se apresentava ao mundo. E, com ele, uma nova fase na vida das pessoas. Antes do Rock'n'Roll as crianças deixavam a infância sem essa noção de adolescência. Eram "mini-adultos". Meninos de terno e sapatos, meninas de vestidos parecidos com os de suas mães. Entre as duas gerações poucas diferenças além de suas idades.
Ah, mas isso tinha que mudar. Faz parte da evolução. Ou seria Revolução? Se Bill Halley and His Comets foram os que apresentaram o novo ritmo ao mundo, foi Elvis Presley um ex-caminhoneiro da pequena cidade de Tupelo, Mississippi, quem mostrou ao mundo a que vieram ele mesmo e o Rock'n'Roll. Suas músicas e sua dança, provocativa e escandalosa para a época, foram a verdadeira largada desse novo estilo de vida. O Rock mudou comportamentos. Moda, costumes e, até mesmo, a política poderiam ser bem diferentes hoje em dia sem o "espírito" Rock'n'Roll. Usaríamos sim jeans, tênis, camiseta e jaquetas de couro, acredito. Mas será que essas coisas seriam "símbolos" de alguma mudança cultural mais marcante, mudança essa tão duradoura e com tantas ramificicações sonoras e de ideais?
James Dean, o eterno rebelde sem causa, morto em 1954 aos 24 anos, não teve tempo de ver e participar da juventude transviada que ele mesmo ajudou a nascer. Mas sem as letras das canções de rock que iam desde uma singela "I wanna hold your hand hand" (Quero segurar a sua mão) (Beatles) a um convite bem mais explícito como "Let's spend the night together" (Vamos passar a noite juntos, dos Rolling Stones), tudo seria bem diferente hoje em dia. E, talvez os jovens ainda se vestissem de forma bem parecida à de seus pais e avós. As drogas ilícitas, tais como maconha e cocaína, não teriam tido o apelo que tiveram como símbolos (equivocados, diga-se) de contestação e liberdade.
Não é isso que sugere o verso de Cazuza: "Meus heróis morreram de overdose" em Ideologia? Seja como for, o Rock faz parte de uma (r)evolução cultural e de costumes, quer se ame ou se odeie esse quase sessentão que, desde Bill Halley até The Killers, passando por Beach Boys, Creedence, Led Zeppelin, KISS, U2, Nirvana e tantas outras águas desse oceano, continua não só vivo, mas fluindo e pulsando firme e forte.
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