Kiko Loureiro está fora do Megadeth, e ele explica o motivo de sua saída

Durante participação de Kiko Loureiro no podcast Amplifica, o guitarrista e o anfitrião e parceiro de banda no Angra, Rafael Bittencourt, passaram quatro horas relembrando histórias do passado, até que Rafa mudou radicalmente o enfoque da conversa, perguntando para Kiko como ele se vê hoje, o que deu uma abertura para que o guitarrista brasileiro comentasse sua situação no Megadeth.

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Kiko começa comentando que coincidentemente este é o primeiro lugar onde ele aparece depois de dizer que não ia mais tocar no Megadeth, já que a viagem estava marcada com antecedência por questões logísticas. Em seguida, Kiko diz que, para ele, a gente tem ciclos na vida, e cita vários ciclos que ele teve na própria vida.

Mais adiante, Kiko diz: "E agora, devido a circunstâncias na minha vida, eu tomei a liberdade de optar de não estar no Megadeth. Porque é a minha opção. Porque a liberdade é você ter a escolha entre duas opções viáveis, isso é liberdade. Vamos tirar (de lado) a minha questão. Se você está num trabalho e você gostaria de não estar, ou você não pode estar, mas você precisa estar porque precisa pagar as contas, você não tem essa liberdade. Isso vale pra qualquer coisa: se quiser voltar pra casa de helicóptero, eu não tenho essa escolha. E eu tenho liberdade de ter essa escolha".

Rafael então diz que vai falar a opinião dele como amigo: eu endosso plenamente, porque apesar do Megadeth ser do caralho, o seu nome, o seu prestígio está num nível enorme, mas eu quero mais o Kiko da época do 'Temple of Shadows' que gravava dois, três álbuns e criava, porque o músico que eu conheço, o profissional que eu conheço, é o bicho muito maior que o Megadeth. É quem nem meter o Pat Metheny no Megadeth!"

Kiko retoma a fala e diz que são decisões: "E toda decisão é sempre baseada, é tipo um dilema, porque não é um problema que você tenha, tipo 'eu briguei', não tem nada disso. É tipo: eu tenho algumas questões de família que eu queria ficar mais em casa, e um monte de gente mandou mensagens, mas ninguém conseguiu... eu acho que uma pessoa eu vi, talvez tenham mais pois não fiquei lendo. Sempre as pessoas acham que tem um problema muito sério na minha vida acontecendo para abrir mão, ninguém consegue imaginar assim: 'o cara tomou uma decisão'. Simplesmente".

Daí Rafael conta que as pessoas que indagaram para ele sobre a decisão, que ele sabia que para Kiko havia sido uma coisa muito mais simples, ele dizia: "Porque não? O Kiko vai ficar no Megadeth a vida inteira?". Kiko então faz um adendo: "Mas existe uma questão que eu preciso ficar mais em casa. Eu não posso ficar três meses em turnê e mais seis meses fora de casa. É muito tempo. Só que isto é uma maturidade - acredito que seja uma maturidade, vamos chamar assim, ou um resultado de um desenvolvimento pessoal, porque a minha filha que está com doze anos, ela nasceu no dia que eu cheguei em casa, tipo algumas horas depois, tocando no Rock in Rio 2011. Quando eu penso hoje, o Kiko de hoje, eu penso: 'puta idiota!' Pois o risco de não ter visto a minha filha nascer era enorme, e eu optei por ser um músico, por tocar com o Angra no Rock in Rio, e o Kiko de hoje diria 'você é um idiota'".

Kiko diz em seguida que na época nem passou pela cabeça mandar um substituto, que poderia ter sido o Marcelo Barbosa, e até já havia tocado com a banda. Ele cita ainda que, já com o Megadeth, quando nasceram seus filhos gêmeos, dez dias depois ele já estava na estrada novamente. E um pouco mais adiante, Kiko admite que há cinco anos não faria o que fez agora.

Rafael pergunta: "quanto tempo você ficou no Megadeth?". Kiko responde que foi de 2015 até agora, "oito, nove anos corridos, a gente fez dois álbuns, coisa e tal. Mas tá tudo conversado, tudo dialogado". Rafael pergunta se o substituto que ficou no lugar de Kiko foi indicado por ele. "Eu que indiquei, eu que treinei, o cara foi na minha casa, tocamos, fiz vídeo".

Mais adiante, Kiko cita ainda o caso do Secretário da Defesa na Finlândia ter entrado em licença de paternidade em meio ao conflito entre Ucrânia e Rússia e a população ter aprovado a decisão, dizendo que isto é um reflexo da cultura no país onde ele mora atualmente. "Eles privilegiam muito o ser humano, o potencial do ser humano. Num país onde você não tem riquezas naturais, a riqueza é o ser humano".

O podcast completo da participação de Kiko Loureiro no Amplifica, apresentado por Rafael Bittencourt, pode ser visto no player abaixo.

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