O único integrante do Metallica que não era cru nos anos 1980, segundo Andreas Kisser
Por Gustavo Maiato
Postado em 08 de fevereiro de 2025
Andreas Kisser relembrou momentos marcantes da trajetória do Sepultura em entrevista ao podcast Corredor 5. O guitarrista destacou a importância do primeiro show da banda em Viena, que aconteceu antes da queda do Muro de Berlim. Para ele, foi um momento de confirmação do impacto internacional do grupo.
"Primeira vez em Viena foi o nosso primeiro show, onde vi dois caras da Hungria com a camisa do Sepultura cantando as letras. Naquele instante, pensei: 'Cara, isso é algo que vale a pena'. Ainda não havíamos testemunhado a queda do Muro, e a Hungria, com seu aspecto comunista, reforçava essa sensação. Aquele momento me deu a certeza de que estávamos fazendo algo significativo na nossa trajetória."
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Ele comparou a experiência com o contato com o Sodom, uma das referências do thrash metal alemão. Para Kisser, o público da época, incluindo os fãs do Sodom, tinha pouca familiaridade com shows ao vivo. "Na época, nunca havíamos visto o Sodom, o Kreator, o Slayer ou o Metallica em ação; tudo o que conhecíamos era o disco, sempre perfeito, enquanto muitas das bandas que subiam ao palco demonstravam um amadorismo evidente", explicou.
Foi nesse contexto que Kisser destacou uma exceção: o baixista Cliff Burton, do Metallica. "Desde o início, ele se destacava como um fenômeno no baixo, com uma criatividade e ousadia que traziam um tempero diferente à música do Metallica. Ele não era cru nesse sentido". Segundo o guitarrista, mesmo entre as bandas mais conhecidas, era comum encontrar músicos ainda em processo de amadurecimento, buscando identidade e segurança no palco.
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A cena do metal no Brasil era ainda mais desafiadora. "A escassez de shows no Brasil impunha que as referências fossem limitadas, baseadas apenas no que se ouvia em disco, enquanto a performance ao vivo frequentemente deixava a desejar", disse. "Nesse contexto, cada apresentação era uma oportunidade única de crescimento e de reafirmação da nossa capacidade."
Kisser também relembrou o momento decisivo em que Max Cavalera conseguiu uma passagem para Nova York após a assinatura de um contrato. "Ficamos dois dias na cidade, levando com a gente a essência de um projeto independente que havíamos construído. Esse movimento, que passou pelas mãos de pessoas-chave da gravadora, culminou na decisão arriscada da Roadrunner de nos assinar."
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O contrato, no entanto, não era favorável para a banda. "Assinamos um contrato extenso, com cerca de 500 páginas – que, após tradução para o português, acabou tendo 600 páginas –, envolvendo oito discos. Era um acordo absurdo, que jamais nos proporcionaria ganhos significativos", revelou Kisser.
O guitarrista comparou a situação à lenda do bluesman Robert Johnson, que teria feito um pacto com o diabo. "Assim como a lenda do Robert Johnson no blues, que assinou contrato com o demônio, essa experiência marcou uma encruzilhada que, embora difícil, nos colocou no mapa."
Em 1988, poucos compreendiam o peso de um contrato com a Roadrunner. "Foi um período de incertezas, mas também de grande aprendizado, que moldou o caminho que trilhamos a partir daí", concluiu.
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Confira a entrevista completa aqui.
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