O maior guitarrista de todos os tempos, de acordo com Jimmy Page
Por Bruce William
Postado em 25 de agosto de 2025
Jimmy Page nunca escondeu sua admiração por Jimi Hendrix. Em entrevista à Rolling Stone em 1975, quando ainda colhia os frutos do Led Zeppelin, o guitarrista foi categórico: "Nós perdemos o melhor guitarrista que qualquer um de nós já teve, e esse foi Hendrix." Para ele, a morte precoce do norte-americano havia interrompido uma trajetória que ninguém mais conseguiria igualar.
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Curiosamente, apesar da reverência, Page nunca chegou a ver Hendrix se apresentar ao vivo. Ele explicou à Rolling Stone em 2012 que a rotina como músico de estúdio e depois como integrante do Yardbirds o impediu de acompanhá-lo nos clubes londrinos em 1966. "Eu queria vê-lo, mas estava fazendo gravações e turnês. Quando voltava, sempre achava que haveria uma próxima oportunidade. No fim, não houve." A única vez em que esteve perto de conhecê-lo foi em Nova York, em um clube chamado Salvation. Hendrix estava no mesmo ambiente, mas, segundo Page, parecia cansado. Ele pensou que haveria um momento mais apropriado para se apresentar, o que acabou nunca acontecendo.

O respeito era mútuo, ainda que com ressalvas. O baterista Carmine Appice (Vanilla Fudge) revelou em 2006 que Hendrix não era fã do Led Zeppelin, considerando a banda "excesso de bagagem" e criticando os empréstimos musicais de Page em músicas como "Dazed and Confused" e "You Shook Me". Apesar disso, Hendrix fazia questão de elogiar Page como guitarrista. O fundador do Zeppelin, por sua vez, lamentava reiteradamente não ter visto Jimi no auge: "Eu nunca assisti ele ao vivo. Eu fico com muita, muita raiva de mim mesmo por nunca ter ido, eu realmente adoraria."
Ao lado da devoção por Hendrix, Jimmy Page também tinha outro nome como referência. Entre tantos guitarristas britânicos da época, ele destacava Peter Green, que havia substituído Eric Clapton nos Bluesbreakers e fundado o Fleetwood Mac original. Para Page, Green era o pacote completo: não apenas excelente instrumentista, mas também compositor inspirado, cantor e dono de uma sensibilidade rara. Essa admiração era tamanha que, em entrevistas, ele chegou a se referir a Green como o guitarrista mais completo de todos os tempos.

No fim das contas, a visão de Page revela algo maior do que uma simples lista de preferências. Hendrix representava o impacto avassalador da inovação, alguém capaz de reinventar a guitarra elétrica em pouquíssimos anos. Já Peter Green simbolizava a completude, a fusão entre técnica, emoção e musicalidade que poucos alcançaram. Para um músico que moldou o som pesado do rock moderno, as escolhas dizem muito: até os gigantes precisam reconhecer de quem herdaram as bases sobre as quais ergueram seu próprio legado.

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