Porque o Angra fez o que o Sepultura não teve coragem, por Regis Tadeu
Por Bruce William
Postado em 13 de agosto de 2025
Após uma turnê extensa que somou 98 apresentações em 18 meses, o Angra anunciou uma pausa por tempo indeterminado. A decisão dividiu opiniões entre os fãs: enquanto muitos torceram o nariz, outros enxergaram no gesto um raro exemplo de sabedoria no universo do metal. Para o jornalista e crítico musical Regis Tadeu, trata-se de uma estratégia essencial para preservar a sanidade e a química entre os integrantes.
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Segundo ele, em um vídeo publicado no youtube e que pode ser visto no player acima, essa escolha garante a sobrevivência da banda a longo prazo. "O caso específico do Angra, depois de décadas de turnês intensas, mudanças de formação e pressão para manter o nível, mostra que o motivo foi preservar a sanidade dos integrantes e proteger relações pessoais desgastadas pelo ritmo insano de shows, gravações e convivência forçada."
Regis lembra que muitas bandas ignoraram a importância de fazer pausas e acabaram entrando em colapso. O exemplo mais próximo é o do Sepultura, que seguiu sem interrupções até ver sua formação clássica ruir: a saída de Max Cavalera em 1996 foi seguida pela de Igor em 2006, e a banda nunca recuperou o mesmo impacto global.
O crítico citou ainda casos internacionais como Guns N' Roses, The Police, The Smiths, Creedence Clearwater Revival, Rage Against the Machine, Eagles, The Clash e Pantera, todas afetadas pela falta de intervalos para resolver tensões internas. Em muitos desses exemplos, turnês e gravações incessantes ampliaram egos, desgastes e conflitos pessoais até se tornarem irreversíveis.
Para Regis, uma pausa bem planejada permite que músicos se reconectem com suas vidas pessoais, explorem projetos paralelos, resolvam conflitos e voltem com energia renovada para criar. "Conviver demais, especialmente em turnês, é uma panela de pressão sem válvula de escape. O hiato do Angra é essa válvula, uma chance de preservar a química entre os integrantes e, principalmente, a paixão pela música."
Ele encerrou com uma frase de sua mãe, dona Irene: "Às vezes, para seguir em frente é preciso saber parar." Para Regis, esse sábio conselho maternal se aplica perfeitamente ao momento do Angra e deveria servir de exemplo para outras bandas que buscam longevidade sem sacrificar relações pessoais e artísticas.
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