Com algumas mudanças e mais direto, Machine Head agrada em "Unatøned"
Resenha - Unatøned - Machine Head
Por Mário Pescada
Postado em 24 de agosto de 2025
Nota: 8 ![]()
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Robb Flynn tem uma caraterística que, goste-se ou não, temos que reconhecer: ele busca lançar álbuns diferentes entre si. "Unatøned" (2025), décimo primeiro disco do Machine Head, lançado pela Nuclear Blast Records e desembarcado no Brasil pela Shinigami Records, está aí para provar isso.
A primeira coisa que me chamou a atenção, antes mesmo de ter apertado o play, foi a duração da bolachinha: apenas quarenta e dois minutos. Uma brevidade se comparada com a de "Of Kingdom And Crown" (2022) com sua longa e cansativa uma hora e dez minutos.
Outra mudança está na voz de Robb. Mais rasgada, bem ao estilo Max Cavalera, o que para mim é algo positivo, já que gosto muito do estilo do Max cantar e acho que caiu bem em Robb. Mas não vá achando que ele renunciou aos vocais limpos não, basta chegar nos refrões para atestar. Mesmo que parte do público se incomode com essas vozes limpas cada vez mais presentes, esse já é um caminho sem volta. Há quem diga que a cada disco Robb estaria tentando agradar tanto o banger que gosta das partes mais pesadas quanto quem prefira algo mais limpo. Não me parece ser algo premeditado, mas fiquei curioso em como esses trechos tão melódicos soarão ao vivo.
Entre peso e muita melodia, o instrumental apresenta um pouco de tudo que já fizeram até aqui: nu-metal, groove metal e thrash metal que seguem convivendo bem (ainda que alguns apitos das guitarras em certas faixas pudessem ter sido limados) e suportados por discretos trechos com programações. A estrutura das músicas é bem direta entre verso/refrão e aí sim acredito que houve algo, se não premeditado, mas com dedicação. Me refiro aos refrões: estão bem cativantes, com vozes melódicas dobradas e sempre com um gancho bem encaixado, feitos para serem cantados juntos com a banda. Mais uma vez, muitos não irão gostar, mas também é algo que a banda não vai mudar.

"Unatøned" (2025) foi me conquistando a cada audição, e posso citar (não se assustem com esses símbolos "ø" ao invés do "o" nos títulos) "Atømic Revelatiøns" que tem um groove metal para ninguém reclamar; "Unbøund" com passagens mais marcadas boas para bater cabeça; a indireta "Øutsider" e seu bonito refrão melódico; "Nøt Løng Før This Wørld" que traz bons arranjos programados e certeza que vai funcionar bem ao vivo; "These Scars Wøn't Define Us", a faixas mais pancadaria do disco e seus bons solos, mas atenção, pois essa não é a mesma versão do lyric vídeo lançado em novembro do ano passado com participações de membros do In Flames (Anders Fridén), Lacuna Coil (Cristina Scabbia) e Unearth (Trevor Phipps); "Addicted Tø Pain" foi a faixa que mais me lembrou a fase 90s da banda e "Shards Øf Shattered Dreams" que tem uma pegada mais para o hardcore.
Pessoalmente, tiraria a instrumental "Dustmaker" com seus dois minutos de efeitos e vozes femininas que deu uma quebrada desnecessária no ritmo do disco e colocaria mais solos de Reece Scruggs (Monolith, ex-Havok), aproveitado também o fato desse ser o primeiro disco com a banda.
Sem se prender a convenções, o Machine Head segue ampliando sua já larga base de fãs. Podem voltar a fazer discos mais thrash metal no futuro? Podem, assim como carregar mais a mão no nu-metal ou no groove metal. O que sairá da cabeça do quase sessentão e bem calejado a críticas Robb Flynn, só o tempo dirá.
Formação:
Robb Flynn: vocais, guitarras
Jared MacEachern: baixo, vocais
Reece Scruggs: guitarra
Matt Alston: bateria
Faixas:
01 Landscape Øf Thørns (intro)
02 Atømic Revelatiøns
03 Unbøund
04 Øutsider
05 Nøt Løng Før This Wørld
06 These Scars Wøn't
07 Dustmaker (outro)
08 Bønescraper
09 Addicted Tø Pain
10 Bleeding Me Dry
11 Shards Øf Shattered Dreams
12 Scørn
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