O álbum que tirou a inocência de Slash e o levou para um caminho sem volta nos clichês do rock
Por Bruce William
Postado em 21 de abril de 2025
Slash jamais teve perfil para seguir uma vida convencional. Ainda adolescente, demonstrava talento em várias áreas - inclusive quase se tornou ciclista profissional de BMX. Mas tudo mudou quando ouviu um professor tocar "Brown Sugar", dos Rolling Stones. A partir dali, começou a passar até 12 horas por dia com uma guitarra nas mãos.
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O ponto de virada, porém, viria logo depois. Um disco em particular fez o jovem Saul Hudson mergulhar de vez na música - e em tudo o que vinha junto com ela. "Lembro de ter comprado o primeiro disco do Led Zeppelin bem cedo", contou o guitarrista à Metal Hammer em 2020 (via Far Out). "Eles abriram a porta para tudo o que os anos 1970 representaram: hedonismo, excessos e drogas. A música deles só me fazia querer transar!"
O álbum em questão é o autointitulado "Led Zeppelin", lançado em janeiro de 1969. Embora não seja o mais celebrado da banda, foi ali que Slash viu nascer a imagem do rock como um universo de liberdade total, sexo e transgressão. O disco trazia faixas como "Communication Breakdown" e "Dazed and Confused", que pareciam condensar toda a energia crua que o garoto sentia vontade de expressar.

Essa visão romântica e exagerada do rock seria abraçada por Slash nos anos seguintes. Com a fusão das bandas Hollywood Rose e L.A. Guns, ele acabaria formando o Guns N’ Roses, grupo que canalizou toda a sujeira e perigo que haviam sumido do rock nos anos oitenta. Enquanto a cena era dominada por baladas açucaradas e visuais caricatos, "Appetite for Destruction" (1987) trouxe de volta o cheiro de sangue, suor e álcool das ruas de Los Angeles.
Ainda assim, o Guns não estava tão distante das bandas com quem convivia. Slash e companhia circulavam entre figuras como o Mötley Crüe e o Ratt, consumindo drogas pesadas e protagonizando noites que só terminavam quando o sol já estava alto. Nesse sentido, a influência do Led Zeppelin não era apenas sonora, era também um estilo de vida.

Apesar das críticas que o culto à decadência passou a receber nas décadas seguintes, é fato que o Zeppelin ajudou a construir o arquétipo do roqueiro rebelde e autodestrutivo. E esse molde serviu perfeitamente para Slash. Led Zeppelin foi o disco que o empurrou para um caminho sem volta – tanto musical quanto pessoal.
Décadas depois, Slash continua reconhecendo o impacto que aquele álbum teve. Não foi só inspiração: foi como uma iniciação. A trilha sonora para um tipo específico de juventude — inconsequente, sedenta por experiências, e disposta a arriscar tudo por um riff bem tocado e uma noite de diversão.

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