Richard Wright poderia ter salvo "The Final Cut", do Pink Floyd?
Por Bruce William
Postado em 20 de abril de 2025
Na contracapa de "The Final Cut" (1983), há uma descrição que muitos fãs ignoram, mas que revela o espírito real do disco: "A requiem for the post-war dream by Roger Waters, performed by Pink Floyd" ("Um réquiem pelo sonho do pós-guerra, de Roger Waters, interpretado pelo Pink Floyd"). Essa frase resume o que o álbum se tornou: um projeto pessoal de Roger Waters, embora assinado pela banda.
A origem do disco estava ligada à adaptação cinematográfica de "The Wall". Waters queria aproveitar sobras da obra anterior e transformá-las em um novo álbum. Mas o resultado soou mais como um trabalho solo do que um esforço coletivo. Para muitos, "The Final Cut" marca o início da derrocada da banda, mergulhada em brigas e disputas legais.


A pergunta que fica é: se Richard Wright ainda estivesse na banda, poderia ter feito alguma diferença? Wright havia sido muito mais do que tecladista. Nos anos 1970, foi peça-chave nos arranjos e na sonoridade de discos como "Wish You Were Here" e "Animals". Seu afastamento durante "The Wall", onde até seus teclados foram minimizados, o deixou deprimido e sem motivação para continuar.
Mesmo assim, imaginar que sua presença em "The Final Cut" teria mudado algo é ilusório, teoriza a Far Out. Waters estava completamente no controle do projeto, não aceitava sugestões criativas e até David Gilmour teve pouca participação. Se Wright tivesse permanecido, enfrentaria o mesmo ambiente hostil que já havia o desgastado anos antes.

O máximo que poderia ter acontecido era Wright repetir o papel de músico contratado, executando ordens sem contribuir de fato com o conteúdo. Em outras palavras, ele não teria salvo "The Final Cut", porque, naquele momento, o Pink Floyd já não funcionava mais como uma banda. Era apenas a vitrine de Roger Waters.
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