Kiko Zambianchi fez um dos maiores sucessos do rock nacional inspirado em ida para a FEBEM
Por Gustavo Maiato
Postado em 25 de agosto de 2025
Um dos hinos do rock brasileiro dos anos 1980, "Primeiros Erros", nasceu de uma mistura de poesia, dor e experiências traumáticas vividas pelo cantor e compositor Kiko Zambianchi. Em entrevista ao canal Corredor 5, o músico revelou que a inspiração para a canção está ligada a uma passagem marcante de sua adolescência, quando foi parar na FEBEM em plena ditadura militar.

Aos 15 anos, Kiko havia acabado de vencer um festival estudantil em Ribeirão Preto, sua cidade natal em São Paulo. Orgulhoso, seu pai preparou uma festa de aniversário de 50 anos e pediu que o filho se apresentasse diante dos convidados. "Meu pai montou até um palco em casa. Mas antes de tocar eu saí para tomar uma cerveja... e acabei preso. Era 1975, ditadura militar", contou.
Segundo Kiko, ele e dois amigos — um carioca e um americano — foram detidos após uma abordagem policial. Levados primeiro à delegacia e depois à FEBEM, não tiveram direito nem mesmo de telefonar para casa. "Enquanto isso, meu pai estava com a festa pronta, esperando o filho que nunca apareceu. Só ligaram para ele no outro dia, ao meio-dia: ‘seu filho está aqui na FEBEM’."
Kiko Zambianchi e "Primeiros Erros"
O episódio deixou marcas profundas. Além de perder todos os amigos — proibidos pelos pais de se aproximarem dele —, Kiko viveu um processo de isolamento que, segundo ele, colaborou para o desenvolvimento de crises de ansiedade. "Acho que isso desencadeou muita coisa, até síndrome do pânico. Foi um desastre: perder o aniversário de 50 anos do meu pai desse jeito."
Essa vivência dramática, no entanto, acabou se transformando em arte. "Primeiros Erros", lançada em 1985, sintetiza esse sentimento de olhar para trás e revisitar os tropeços da juventude. "Se um dia eu pudesse ver meu passado inteiro..." — o verso que abre a música — resume a reflexão do artista sobre o peso da memória e as marcas que o tempo deixa.
A canção, que se tornou um clássico imediato, atravessou gerações e segue emocionando o público até hoje. Kiko lembra de cenas comoventes em seus shows: "Um dia vi um menino de 9 anos, no colo do pai, cantando a letra inteira e chorando. É inexplicável. Essa música toca fundo nas pessoas, porque cada um projeta ali a sua própria história."
Confira a entrevista completa abaixo.
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