A banda que marcou os anos noventa e que, para James Hetfield, salvou a música
Por Bruce William
Postado em 19 de maio de 2025
Nirvana e Metallica surgiram de contextos diferentes, com sonoridades distintas. Um veio do underground do noroeste dos Estados Unidos e levou o grunge ao mainstream. O outro saiu da cena thrash da Bay Area e construiu sua base sobre riffs agressivos e letras sombrias. Mas apesar das diferenças, havia entre eles algo em comum: a busca por romper com os excessos e com a artificialidade que tomavam conta do rock.
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Para James Hetfield, o impacto do Nirvana foi mais do que relevante — foi necessário. Em declaração à Rolling Stone em 2004, ele afirmou: "Quando todo aquele hair metal dos anos 80 estava sendo superproduzido, o Nirvana surgiu com esse som thrashy de garagem e um gancho enorme. Era o que a música precisava."

A fala de Hetfield veio enquanto listava suas dez músicas favoritas de todos os tempos. Entre faixas de Black Sabbath, Elton John e The Misfits, ele incluiu "Smells Like Teen Spirit", lançada pelo Nirvana em 1991. A canção transformou Kurt Cobain e sua banda em superestrelas quase da noite para o dia e ajudou a selar o fim da era do hard rock plastificado que dominava o final dos anos 80.
A presença do Nirvana nas escolhas de Hetfield não era apenas uma homenagem tardia. Durante a gravação do "Black Album", o guitarrista Kirk Hammett já ouvia a banda e ficou impressionado com a força do disco de estreia, "Bleach" (1989). Em depoimento ao documentário Get Thrashed, ele contou que chegou a conversar com Kurt Cobain, que mencionou "Whiplash" como uma de suas músicas favoritas do Metallica.

Kurt também revelou a Hammett que era fã de "Ride the Lightning", disco de 1984 que ajudou a estabelecer a reputação do Metallica como uma das bandas mais criativas do thrash metal. Apesar de serem de mundos paralelos, havia respeito mútuo entre as bandas — e um reconhecimento da importância de manter o rock honesto, direto e, sobretudo, incômodo.
No início dos anos 1990, enquanto o Metallica ganhava espaço em rádios e arenas com uma sonoridade mais acessível, o Nirvana puxava o tapete do que restava do glam metal, abrindo espaço para letras mais introspectivas, sons mais crus e uma nova estética que mudaria o visual e a atitude do rock por anos.
Para Hetfield, não havia dúvidas: aquele som sujo e direto que o Nirvana trouxe foi essencial. Não porque fosse o mesmo tipo de música que o Metallica fazia, mas porque aparecia no exato momento em que a música precisava de uma nova direção.

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