A famosa música do Led Zeppelin que se tornou uma grande afronta a John Paul Jones
Por Bruce William
Postado em 12 de agosto de 2025
Jimmy Page formou o Led Zeppelin com a ideia muito bem definida do que queria para a banda. Aproveitando conceitos que vinha amadurecendo desde os tempos de Yardbirds, Page queria misturar blues, hard rock e passagens acústicas, sempre com o recurso de contrastar momentos pesados e mais suaves. A intenção era criar algo que, segundo ele, "nunca havia sido feito antes", e que se tornaria marca registrada do grupo.
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O primeiro ensaio foi tímido, mas rapidamente o quarteto encontrou a sintonia e entendeu o som que Page buscava. A partir dali, cada integrante começou a colaborar, trazendo ideias próprias que ajudaram a moldar o repertório. Em várias músicas, é possível notar contribuições diretas de todos, e não apenas de Page e Plant.
Entre os quatro, John Paul Jones era o mais discreto. Como baixista e arranjador, mantinha a base rítmica coesa, mas também tinha papel criativo importante. Foi ele, por exemplo, quem escreveu "Black Dog" durante uma viagem de trem e desenvolveu a ideia inicial de "No Quarter", música que o levou a trocar o baixo pelo piano nas apresentações ao vivo.

"No Quarter" rapidamente se tornou presença obrigatória nos shows, relembra a Far Out. A faixa permitia improvisos longos, destacava o lado mais atmosférico da banda e dava a Jones um momento especial no palco. Não à toa, foi abraçada pelo público e passou a representar uma das assinaturas musicais do músico dentro do Led Zeppelin.
Nos anos 1990, quando Page e Plant decidiram se reunir para um projeto em dupla, Jones ficou sabendo e não se opôs. Imaginava, porém, que trabalhariam em material inédito. A decepção veio quando descobriu que eles iriam revisitar o repertório do Led Zeppelin e, para piorar, batizaram o projeto justamente de "No Quarter".

A escolha do nome foi vista por Jones como um golpe pessoal. Não apenas estavam tocando músicas da banda sem sua participação, como usavam o título de uma das composições mais ligadas à sua identidade musical. Page e Plant ainda regravaram a faixa e a incluíram nas apresentações, reforçando a sensação de que Jones havia sido deixado de lado.
Embora tenha negado posteriormente que houvesse ficado para trás algum resquício de mágoa, anos depois, quando o trio subiu ao palco para receber a homenagem de entrada no Rock and Roll Hall of Fame, Jones aproveitou o microfone para uma resposta sutil, mas afiada: "Gostaria de agradecer aos meus amigos por finalmente se lembrarem do meu número de telefone". A frase foi recebida com risos, deixando claro para todos que havia ainda ali algum ressentimento, o que revela que, mesmo numa banda tão lendária, a tensão nos bastidores pode ser tão marcante quanto as músicas que os fãs nunca esquecem.

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