O maior cantor, compositor e showman, segundo Ritchie Blackmore: "Ninguém compete"
Por Gustavo Maiato
Postado em 12 de agosto de 2025
Ao longo das décadas, o rock passou por inúmeras transformações. Com a democratização da música e o acesso facilitado ao streaming, os gêneros perderam parte do peso que tinham no passado. Antes, a escolha de um álbum dependia fortemente do estilo musical — era um filtro necessário em um tempo em que não era possível ouvir antes de comprar. Hoje, artistas transitam entre estilos com mais liberdade, e o público acompanha sem o apego às antigas classificações.
Essa flexibilidade sonora é celebrada pela atual geração, mas não é uma invenção dela. Muito antes da ascensão dos algoritmos e playlists, músicos já desafiavam as fronteiras dos gêneros. Um dos nomes que melhor exemplifica essa ousadia é Ritchie Blackmore, conhecido por seu trabalho lendário com o Deep Purple e o Rainbow. Mais do que um guitarrista técnico, ele sempre se destacou pela curiosidade musical e pelo desejo de expandir os horizontes do rock.

Durante a trajetória do Deep Purple, Blackmore levou à banda elementos do blues, da música clássica e do hard rock. Algumas faixas incorporavam trechos inspirados em compositores eruditos, o que contrastava com as explosões de distorção e improviso típicas do grupo. A ideia de mesclar rock com música clássica surgiu após assistir à banda Nero and the Gladiators, que, mesmo vestida com togas no palco, mostrava que o casamento entre os estilos podia funcionar. "Eles deviam parecer ridículos, mas funcionava", disse ele certa vez. As falas foram compiladas pela Far Out.
Ritchie Blackmore e Jimi Hendrix
A mistura de influências fez de Blackmore um ouvinte atento e um compositor plural. Seu olhar para a música ia além da performance técnica: ele valorizava a estrutura das composições, a entrega do intérprete e a capacidade de emocionar. Dentro desse universo multifacetado, havia um artista que ele considerava incomparável — alguém que reunia todas essas qualidades em um só pacote explosivo.

Blackmore nunca escondeu a admiração por Jimi Hendrix. Mais do que um guitarrista inovador, Hendrix era, na visão do britânico, o artista completo. "Ele dominava a música, dominava a composição, dominava o canto, além de ter presença de palco. Ninguém pode competir com algo assim", afirmou Blackmore. Em sua avaliação, Hendrix era o pacote completo: músico, cantor, compositor e showman, com uma atitude que transcendia a técnica.
A fala de Blackmore sintetiza a magnitude de Hendrix na história da música. Ainda que cada geração eleja seus ídolos e estilos, certos nomes permanecem como referência absoluta — e, para Ritchie Blackmore, esse nome era, sem sombra de dúvida, Jimi Hendrix. "Ele podia fazer tudo. Era isso que eu achava tão interessante", concluiu o guitarrista.

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