Por que é preciso "cuidado" para analisar "Gita" de Raul Seixas, segundo autoridade hindu
Por Gustavo Maiato
Postado em 26 de junho de 2025
Líder espiritual e estudiosa do hinduísmo, Lívia Borges, presidente do Centro Ramakrishna Vedanta de Brasília, foi uma das entrevistadas para o livro "O Raul que me contaram", de Tiago Bittencourt. Ela vê na música "Gita" uma ponte entre o rock e os antigos ensinamentos da Índia — mas com um alerta.
Raul Seixas - Mais Novidades

Ao comentar a recepção popular da obra, Lívia afirma que tem "cuidado" com interpretações superficiais da canção. "Eu gosto das músicas de Raul. Mas também sei que algumas pessoas acabam se apoiando em comportamentos que ele inspirou, sem entender o que está por trás. Ele brinca com nossos preconceitos e dificuldades", disse.
Para a representante do Vedanta, a força da música está na forma como Raul trabalha o paradoxo — tema central do Bhagavad-Gita, texto sagrado hindu que inspira a letra. "Ele brinca com esse paradoxo de coisas que parecem opostas, mas que não são. Isso tira você do quadrado", afirmou.
A palavra "Gita", explica Lívia, significa "canção". Já Bhagavad pode ser traduzido como "Senhor", o que faz de Bhagavad-Gita a "Canção do Senhor". Na tradição indiana, esse senhor é Krishna. No cristianismo, seria Jesus. "A proposta é despertar nossa natureza divina", afirmou.

Um dos versos mais destacados por Lívia é "eu sou o início, o fim e o meio". Para ela, esse trecho traduz a essência dos ensinamentos hindus: "É a ideia de que tudo está contido nessa totalidade. É a conexão com o divino que vive dentro de nós."

Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps