O pior álbum da história já gravado por um membro dos Beatles, segundo a Far Out
Por Gustavo Maiato
Postado em 28 de abril de 2025
Ao longo das décadas que sucederam o fim dos Beatles, os quatro integrantes seguiram trajetórias solo bastante distintas — mas todos, em algum momento, produziram trabalhos de destaque. John Lennon lançou álbuns poderosos como "Plastic Ono Band" (1970) e o clássico "Imagine" (1971).
Paul McCartney, além de comandar os Wings, lançou sucessos como "Band on the Run" (1973) e mais tarde "McCartney II" (1980). George Harrison estreou com o monumental "All Things Must Pass" (1970), um dos álbuns pós-Beatles mais celebrados. E até mesmo Ringo Starr, geralmente visto como o menos ambicioso do grupo, teve bons momentos, como o álbum "Ringo" (1973), que contou com a colaboração dos ex-companheiros de banda.


Mas nem tudo foram acertos. De acordo com a revista britânica Far Out, o pior álbum já gravado por um membro dos Beatles é ‘Ringo the 4th", de Ringo Starr, lançado em 1977. Um disco que, segundo o crítico Tim Coffman, representa "a queda definitiva" do ex-baterista no universo solo.
A proposta até parecia ousada: flertar com a disco music, que dominava as paradas na segunda metade da década. No entanto, o resultado foi um álbum desajeitado, mal planejado e que expôs todas as limitações de Ringo enquanto cantor e compositor. Sem contar com a ajuda de Lennon, McCartney ou Harrison — algo que já havia sido crucial em seus melhores momentos —, o músico tentou seguir um caminho próprio, e tropeçou feio.

A faixa de abertura, "Drowning in a Sea of Love", já mostra a tentativa frustrada de se adequar à onda disco. "A produção é cheia de cordas e efeitos típicos da época, mas a voz fraca e pouco expressiva de Ringo não sustenta a proposta. Em vez de soar atual, o álbum parece deslocado — como se estivesse tentando desesperadamente alcançar uma tendência que já o havia ultrapassado", diz.
Canções como "Wings", "Gypsies in Flight" e "Tango All Night" não ajudam a mudar o cenário. Segundo a Far Out, "o álbum soa como se tivesse sido composto no mesmo tempo em que dura: três minutos e trinta e oito segundos por faixa". A crítica destaca ainda que os vocais de apoio beiram o brega, lembrando números musicais de programas de variedades da televisão.

Segundo a publicação, a única faixa que se salva parcialmente é "Sneakin’ Sally Through the Alley", não por mérito de Ringo, mas pelo arranjo instrumental — bem mais interessante do que sua interpretação vocal.
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