Vale a pena conhecer: Antônio Vieira e seus Nascimentos, Barcelonistas e Igor Motta
Por André Garcia
Postado em 11 de março de 2023
O rock não morreu — ele apenas se tornou menos óbvio. Se antigamente todas as bandas do mundo eram filtradas e nos trazidas de bandeja pelas rádios ou pela MTV, com a internet a coisa mudou. Hoje, para conhecer novas bandas o ouvinte tem que ir até elas, e para isso terá que encontrá-las em meio a todas as outras disputando espaço nos algoritmos, hashtags, redes sociais e serviços de streaming — bem-vindo ao admirável mundo novo!
Para facilitar um pouco essa dura missão, aqui vão três recomendações de bandas do underground que estão pedindo passagem e que vale a pena conhecer: Antônio Vieira e seus Nascimentos (Belo Horizonte/MG), Barcelonistas (Canoas/RS) e Igor Motta (São Paulo/SP).
Antônio Vieira e seus Nascimentos
Formado em 2020 em Belo Horizonte/MG, é atualmente composto por Max Nascimento (guitarra e vocal), Ighor Bastos (teclado), Lucas Abreu (trombone), André Felipe (trompete), Mario Rupf (saxofone) e Ricardo Landim (bateria).
Seu som é um tropicalista rock psicodélico — com um pé no Rogério Duprat e outro na fase pop barroco dos Rolling Stones. Sua lúdica extravagância sonora lembra os Beatles na época do "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band", ao mesmo tempo remetendo à abordagem mais minimalista de como os Paralamas do Sucesso utilizam metais. Suas letras, em português, fazem referências intelectuais esbanjando irreverência, o que lembra Raul Seixas. Essa impressão é reforçada pelo vocal. Indicado a quem busca algo na linha do que havia de mais fino no rock nacional nos anos 60 e 70.
Está disponível nas plataformas de streaming sua discografia, até o momento composta pelo álbum "Contemporaneidade" (2021), bem como single de mesmo nome lançado no ano anterior.
Onde encontrar:
https://antonioveseusnascimentos.com.br
Barcelonistas
Formado em 2020 em Canoas/RS, é atualmente composto por Duda Rangel (vocal), Alec Candia (guitarra), Saulo Simon (baixo), Elias Agnello (bateria).
Seu som é um exemplo de pop rock nacional oitentista, especialmente inspirado na fase mais madura de bandas icônicas como Legião Urbana, Paralamas do Sucesso e Lobão. Também há um toque de influência do maduro new wave presente no som do The Police em seus últimos trabalhos, e os trintões provavelmente vão lembrar da banda Golpe de Estado. As letras em português seguem a mesma direção que suas referências musicais. Indicado a quem gostava desse lado mais adulto do rock nacional oitentista, que sente saudades de uma época em que valia muito mais a pena prestar atenção no que diziam as músicas que tocavam nas rádios.
Está disponível nas plataformas de streaming sua discografia, até o momento composta pelos singles "Um Tiro no Escuro", "Pensando Nela", "Violência Urbana", "Refém de Mais Ninguém" e "Amigos & Amores".
Onde encontrar:
https://instagram.com/barcelonistas2021
Igor Motta
Em projeto literalmente solo surgido durante a pandemia, diretamente de São Paulo/SP Igor Motta tirou do papel seu material autoral gravando, produzindo e tocando todos os instrumentos.
Seu som é um pop rock nacional bastante influenciado por Rolling Stones e Led Zeppelin, com a crueza garagista de Jack White. Suas letras, em português, também remetem aos anos 80, por ter um pé na angustiada sensibilidade dos Paralamas do Sucesso e outro nas referências intelectuais de Renato Russo e Humberto Gessinger. "Pense e dance", já dizia o Barão Vermelho. Igor Motta é indicado aos que desejam pensar e dançar como se fazia na Inglaterra na década de 70 e por aqui na década de 80.
Já está disponível nas plataformas de streaming seu álbum de estreia, "Cogito Ergo Rock". Entre as 14 faixas que compõem o disco destaco "Demasiada Demagogia" e "Pensamento em Nietzsche".
Onde encontrar:
https://instagram.com/igor.mottaoficial
Mantenha o rock vivo — valorize as bandas do underground!
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