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Franco Fabbri: Engajamento solo e em um dos pilares do prog italiano

Por Tiago Lucas Garcia
Postado em 22 de setembro de 2007

Quando damos de cara com a expressão "música engajada", o adjetivo em questão nos direciona a defesa (geralmente) despolitizada, de causas (a maior parte das vezes) óbvias, por artistas rendidos às ‘nobres cau$as’ da indústria fonográfica.

Este não é certamento o caso de Franco Fabbri, tanto em sua carreira solo quanto em um dos pilares do Rock Progressivo Italiano, o Stormy Six, que faz das qualidades de sua música, dasafiadora, seu principal instrumento de oposição.

Conversei com o guitarrista Franco Fabbri (curiosamente nascido em São Paulo) acerca do Stormy Six (de sua possível volta), de seus projetos solos, do heavy metal italiano, do engajamento político na música, do ‘Rock In Oposition’ entre outras coisas. Confiram:

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Whiplash! – Sr. Fabbri você poderia nos introduzir à sua ‘história musical’ (com o Stormy Six e outros projetos)?

Franco Fabbri – Eu aprendi violão clássico quando criança. Eu comecei a tocar guitarra elétrica na metade dos anos 60 (1964, eu acho). Como muitos guitarristas minha banda predileta era os ‘The Shadows’. Em 1965 eu formei a banda chamada ‘Gli Stregoni’ (‘The Wizards’, das tiras do ‘HQ’ ‘The Wizard of Id’), tocando um repertório misto de peças instrumentais e canções de grupos ‘beat’ e de ‘r&b’. No final do ano nosso baterista foi ‘roubado’ por outra banda de estudantes, Stormy Six, que havia sido formada alguns meses antes. Eu continuei com o Stregoni (uma banda de, até então, quatro integrantes), tocando principalmente canções dos ‘Beatles’ e ‘Rolling Stones’, e em Fevereiro ou Março de 1966 eu fui convidado para me juntar ao Stormy Six. O grupo, um ano mais tarde, integrou mais um membro do Stregoni, então, ainda que eu não seja um dos fundadores do Stormy Six, eu sou o fundador de uma das duas bandas que formaram o núcleo do Stormy Six quando ele se tornou um grupo de gravações.

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Franco Fabbri – Isto aconteceu no final de 1966. Depois de servirmos como a banda de abertura na primeira ‘tour’ italiana dos Rolling Stones, e após dois singles (bastante bem sucedidos na região de Milão, com três canções de minha autoria e um ‘cover’do Small Faces), o Stormy Six quase acabou, restando quatro integrantes (novamente: os três membros vindos do Stregoni mais um baixista novo). Como seria de se esperar, o grupo mudou do ‘r&b’ para o ‘psicodélico’: nós tocávamos grandes ‘suites’, feitas de nossos próprios arranjos de canções de grupos ingleses. Não era de forma alguma ruim, mas havia poucas chances para tocar, e nenhuma gravadora interessada. No verão de 1968 foi-me oferecido um contrato como cantor-compositor por uma das gravadoras italianas de médio porte, a Ariston. Eu não senti que poderia adentrar ao mercado das gravações sozinho, e propus à companhia assinar com todo o grupo. O contrato levou ao primeiro álbum do grupo, que em nossas intenções deveria se chamar somente ‘Stormy Six’: o diretor da gravadora escolheu o arrogante (e estúpido) título ‘Le idee di oggi per la musica di domani’ (As idéias de hoje para a música de amanhã). Todas as canções eram peças originais minhas e do baixista, Cláudio Rocchi.

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Franco Fabbri – Depois do álbum, a gravadora ofereceu ao grupo a gravação de duas faixas do ‘Creedance Clearwater Revival’ ( A companhia de publicação Ariston representava o John Fogerty na Itália). Nós gostamos do material. Na época, nós nos tornarmos mais interessados em música americana: CCR, grupos da costa oeste (especialmente CSN&Y), e mais tarde o ‘The Band’. Daí alguns singles se seguiram, com canções originais neste estilo (Rocchi então deixara o grupo para uma promissora carreira de cantor-compositor). Em 1971 nós estávamos prontos para um novo álbum, e foi o primeiro álbum de uma banda de pop-rock italiana com letras políticas (outras bandas haviam gravado canções com conteúdo político, mas era uma minoria em seus repertórios: e, é claro, havia canções políticas de cantores-compositores, especialmente aqueles relacionados ao ‘Nuovo Canzionieri Italiano’, mas eles não eram definitivamente pop ou rock).

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Franco Fabbri – O título era ‘LÚnità’: um lado incluía canções sobre o controverso processo de unificação da Itália no século dezenove comentados por Gramsci (N. do E.: Antonio, filósofo italiano) em seus escritos, o outro lado era sobre os movimentos estudantis no começo dos anos setenta. Todas as canções eram minhas. O álbum obteve resenhas muito boas, mas vendeu pouco (as canções não poderiam ser transmitidas nas rádios italianas, que as censuraram por razões políticas).

Franco Fabbri – Entre 1972 e 1973 Stormy Six se tornou mais envolvido em movimentos políticos. Nós fomos convidados para tocar nas disputas políticas antes das eleições de 1972, e em 1973 novos membros (que estiveram envolvidos nos grupos musicais coletivos dos estudantes, tocando em demonstrações políticas, em escolas e fábricas) integraram o grupo. Com este novo line-up, novamente incluindo três dos membros do antigo Stragoni (eu, o baterista Antonio Zanuso, o guitarrista e baixista Luca Piscicelli), mais os novos membros (cantor e autor Umberto Fiori, o multi-instrumentista e compositor Tommaso Leddi e o violinista Carlo Di Martini), o Stormy Six gravou seu terceiro álbum "Guarda giù dalla pianura’, uma coleção de canções folk/políticas de vários países, tocadas em instrumentos acústicos. O ‘LP’ foi lançado em 1974; nesta época o grupo já estava tocando ao vivo canções de um novo projeto, que seria o sucessor de ‘L’Unità’. Novamente, as canções tiveram de ser sobre a história italiana, mas desta feita sobre a resistência ao fascismo, de 1943 a 1945.

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Franco Fabbri – A gravadora no início aceitou o projeto, mas então, não queriam aceitar o risco de outro álbum que seria banido das rádios: então o álbum foi produzido de maneira independente, com a companhia (Ariston) agindo somente como distribuidora para as lojas de discos convencionais. ‘Un Bigglietto dle Tram’ foi então o primeiro álbum da ‘L’Orchestra’, uma cooperativa que o Stormy Six estabeleceu em 1975 em conjunto com outros grupos (de folk, jazz, rock), a maioria de Milão. Foi um grande sucesso, especialmente considerando que a maioria das 50.000 cópias foram vendidas em livrarias, em demonstrações políticas, ou nos concertos dos grupos ‘cooperados’. Por volta de quinze álbuns foram publicados pela ‘L’Orquestra’ até 1983.

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Franco Fabbri – Em 1976 o Stormy Six lançou outro álbum, ‘Cliché’, incluindo peças instrumentais compostas para companhias de teatro; o novo álbum de fato, incluindo mais canções, veio em 1977, e foi intitulada ‘L’Apprendista’. Foi novamente um álbum elétrico, e também marcou uma mudança maior no ‘line-up’ do grupo, quando dois dos integrantes do Stregoni saíram, e uma nova seção rítmica foi adicionada (com os músicos das Sardenha: o baixista Pino Martini e o baterista Salvatore Garau). 1977 foi também o ano dos primeiros concertos do Stormy Six fora da Itália (Alemanha e Espanha). O grupo se tornou especialmente conhecido na Alemanha a partir de 1978; em 1980 o próximo álbum ‘Macchina Maccheronica’, ganhou o prêmio dos críticos da Alemanha para o melhor álbum de rock do ano (acredite ou não, o álbum do Police ‘Zenyatta Mandatta’, ficou em segundo). O Stormy Six também era apreciado na República Democrática da Alemanha (Alemanha Oriental), onde músicos e intelectuais que se opunham ao regime de posições ‘esquerdistas’, apoiaram o grupo como exemplo de engajamento político sem atitudes propagandistas.

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Franco Fabbri – O Stormy Six gravou seu ultimo álbum de estúdio em 1981 (foi lançado em 1982). ‘Al Volo’ é uma coleção de rock, tocadas por um line-up de cinco integrantes, que obteve resenhas entusiasmadas da imprensa: mas algumas semanas depois de seu lançamento, a ‘L’Orchestra’ ficou sem distribuidor. A cooperativa cessou suas atividades em 1983, depois de lançar alguns outros álbuns (incluindo o meu ‘Domestic Flights’, com peças instrumentais eletrônicas). O Stormy Six tocou novamente uma vez em 1983, depois vendeu todos os equipamentos e praticamente acabou.

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Franco Fabbri – Durante este tempo, o único projeto envolvendo o grupo aconteceu durante ‘Cantieri d’arte di Montepulciano’, um festival de verão de música contemporânea, em que um grupo contendo três membros do Stormy Six e três membros do Cassiber (Heiner Goebbels, Alfred Hath, Chris Cutler) compuseram, gravaram e tocaram ao vivo, quinze peças novas. O projeto (mais tarde denominado Cassix) foi uma idéia que tive, respondendo um pedido de Luca Lombardi, um compositor então incumbido do programa do festival.

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Franco Fabbri – O Stormy Six se reuniu novamente em 1993, para um concerto de reunião direcionado à pegar as antigas dividas da cooperativa. Depois de três anos, as fitas do concerto foram ‘mixadas’ e se tornaram ‘Un Concerto’. Desde então o grupo esteve tocando de uma a duas vezes por ano, com alguns concertos ‘importantes’. Em 2006 eu formei um novo grupo, chamado ‘Trio’, para tocar as canções do Stormy Six e outras em circunstancias que o Stormy Six não poderia se juntar, e também para trabalhar em material novo. O projeto ainda está ativo, ainda que minha atividade como professor universitário e escritor, me deixa pouco tempo para trabalhar nisto.

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Whiplash! – O Stormy Six é frequentemente lembrado por ser um dos grupos integrantes do movimento ‘Rock In Opositon’. Você pode nos contar, especialmente para aqueles que ainda não conhecem o movimento, o que era o ‘RIO’?

Franco Fabbri – Mais que um movimento, ele foi uma organização de ajuda mutua, feita por grupos (Henry Cow, Etron Fou Leloublan, Univers Zero, Samla Mammas Manna, Stormy Six a mais tarde o Art Zoyd e o Art Bears) que tinham atitudes similares em relação à música e sua produção; todos os grupos, embora fossem grupos de rock, cantavam em suas próprias línguas (ou faziam música instrumental); todas tinham uma atitude radical em relação à composição, ainda que tivessem aproximações distintas; todas eram auto-produzidas. A organização foi um resultado dos contatos que os membros do Henry Cow tiveram durante suas turnês. Os grupos se reuniram em alguns festivais organizados pelas próprias bandas (em Londres, Milão, Reims, Uppsala, Zurique). É claro a maioria dos grupos ficaram impressionados com o trabalho dos outros, e existiram influencias recíprocas de algum tipo. É por isto que as pessoas consideram o ‘RIO’ também enquanto um estilo ou um gênero, e, por exemplo, consideram ‘Macchina maccheronica’ o álbum que mais aproxima o Stormy Six do estilo ‘RIO’. Entretanto, quando o Stormy Six tocou no primeiro festival do ‘RIO’ em Londres (e os críticos os saudaram como uma das ‘maiores bandas da Europa’) eles tocaram, sobretudo, o material de ‘L’Apprendista’, e até de ‘Un Biglietto del tram’.

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Whiplash! – Durante os anos 70 o Stormy Six tocou um grande número de concertos nas reuniões do ‘Partido Comunista Italiano’. Eu sei que estes ‘comizis’ (assim como as reuniões do ‘LÚnita’) eram, não apenas reuniões políticas, mas também, de sua própria maneira, uma festa: com livros baratos, boa comida e vinho. Você pode nos contar algo sobre sua experiência nestes ‘comizis’, como era o evento, e como era tocar neles?

Franco Fabbri – Nos anos setenta na Itália aconteciam concertos nos comícios (‘comizi’, em que palestrantes de partidos políticos se dirigiam a uma platéia), e em encontros sociais específicos (festivais), originalmente organizados para coletar fundos para jornais de partidos de esquerda, em que alguém poderia adquirir comida e bebidas, comprar livros e discos, participar de discussões, assistir filmes e concertos e dançar. De longe o mais popular destes era o ‘Feste de l’Unità’ (do nome do jornal do Partido Comunista Italiano). Em certo momento havia mais de 5.000 todo ano, quase em toda cidade pequena da Itália, e eles se tornaram o melhor lugar para assistir concertos, de todos os tipos. Eles ainda existem. Embora tenham se tornado mais um ‘marketing’ profissional para partidos políticos.

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Franco Fabbri – No começo dos anos setenta grupos de todos os tipos (não só grupos engajados politicamente) costumavam tocar nestes festivais. Para o Stormy Six era o circuito mais óbvio para tocar. Mas o grupo tocava frequentemente durante demonstrações políticas, algumas delas bastante cheios, e em algumas situações até perigosas pelas possibilidades de brigas entre os participantes e a polícia. Em geral era ótimo tocar neles (em ambos festivais e demonstrações políticas), também porque o Stormy Six era visto como ‘O’ grupo político, vindo de Milão que era politicamente a cidade mais ‘quente’ da Itália da época, e o grupo atuava como mediador alternativo das massas; a rádio do Estado e a televisão RAI eram então um monopólio; estações de rádio e TV "livres" apareceram em 1974-75. Mais tarde, se tornou mais difícil nos comunicar com o público local, que ainda esperavam as canções políticas clássicas do meio da década de setenta, quando a música do grupo se tornou mais complexa. Como o grupo estava de qualquer forma banido das rádios e da TV, as coisas se tornaram desta forma: em algumas cidades o Stormy Six era excepcionalmente conhecido, em outras quase desconhecido.

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Whiplash! – Em 1983 você lançou "Domestic Flight", um álbum bastante distinto, considerando que o álbum é orientado à música eletrônica/elétrica , e a maioria de seu trabalho é acústico. Como você teve a idéia de gravar um álbum ‘minimalista’? O que você pensa do álbum hoje?

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Franco Fabbri – Eu não pretendi fazer um trabalho ‘minimalista’. Eu estava interessado em algumas tecnologias novas, e por várias razões seu resultado foi música repetitiva (o que se aplica também aos primeiros trabalhos de gravação de Terry Riley, então o "minimalismo" propriamente dito tem a mesma origem). Eu estava interessado na técnica que Robert Fripp usava para criar densas camadas de som usando sua guitarra e dois gravadores. Eu experimentei usando uma bateria eletrônica e um sintetizador de guitarras. Algum deste material no começo dos anos oitenta foi incorporado aos concertos do Stormy Six, e uma das minhas peças no ‘Al Volo’ é baseada nesta técnica. Eu também realizei experimentos com os primeiros micro-computadores que incluíam o chip gerador de som. E as peças eram compostas usando um critério matemático. Eu gostava do trabalho, e ainda gosto, ainda que a técnica não fosse flexível; hoje tais efeitos podem ser gerados facilmente e de maneira flexível: um exemplo é minha peça ‘Angelica’ que escrevi em 2000.

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Franco Fabbri – O lançamento em cd de ‘Domestic Flight’ inclui também outro trabalho, que fiz em 1984, usando sons gerados em computador, ‘loops’ de ruídos, guitarra e sons de sintetizadores (pequenas e tolas peças instrumentais) que eu ainda gosto bastante.

Whiplash! – Há uma nova geração de grupos italianos que demonstram preocupações políticas (ou humanistas) em suas letras: como o Modena City Ramblers e o Davide Van der Sfroos (N. do E.: Bandas de "rock celta" italianas, que particularmente me agradam). Eu gostaria de saber o que você acha destes artistas e o quão importante você pensa que é o engajamento político expresso nas letras de grupos de música popular.

Franco Fabbri – Dos cantores/compositores e grupos italianos engajados politicamente eu gosto do Stefano Giaccone, um dos membros na extinta banda ‘Franti’, de Turin. Ele é o um ótimo compositor e ‘performer’ , tocante, refinado, forte. Muitos grupos italianos ( incluindo Franti, Gang, Bando Bassotti, Yo-Yo Mundi) fizeram ‘versões’ do Stormy Six, mas com a notável exceção do Franti, eu não estou absolutamente convencido de seus trabalhos. Letras políticas em um rock convencional (na maior parte das vezes, por alguma razão estranha, soando irlandesas) não é a resposta para o que o público ainda demanda, eu penso: canções que ‘agarram’a realidade, que mostra suas contradições, que sugerem novas visões e , em último caso, ação política. Eu conheço bons exemplos recentes: infelizmente, a maioria deles não são da Itália.

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Whiplash! – Tendo em vista que o ‘Whiplash!’ é um site sobretudo de heavy metal, eu preciso te perguntar: o que você acha, se você já os ouviu, das bandas de heavy metal italianas (que são bastante fomosas agora) tais como o ‘Rhapsody’ e o ‘Lacuna Coil’?

Franco Fabbri – Eu ouvi Lacuna Coil, eu vi um vídeo, e eu fico bastante impressionado com o nível técnico e a credibilidade das bandas de metal italianas. Mas elas não me emocionam.

Whiplash! – Sr. Fabbri, tendo em vista que você nasceu aqui em São Paulo, eu gostaria de te perguntar: O que você escuta em termos de música brasileira? Você já escutou alguma das bandas de prog-rock brasileiras (como o Sagrado Coração da Terra)?

Franco Fabbri – Não, infelizmente não tenho acesso a estas bandas. Eu ainda tenho um dos primeiros LPs dos ‘Os Mutantes’ (talvez o primeiro), mas eu não conheço quase nada de rock brasileiro. É claro eu conheço Jobim, Chico, Caetano, Milton, e muitos outros (meus parentes brasileiros às vezes me mandam cds, e eu também procuro por novos lançamentos), mas eu penso que tenho um conhecimento parcial da música brasileira atual.

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Whiplash! – O album ao vivo que marcou o retorno do Stormy Six em 1993, é composto, quase inteiramente, de faixas do álbum ‘Um Bigletto del Tram’. Porque vocês decidiram se focar somente neste álbum? (Ele é também meu favorito, mas vocês possuem outros excelentes discos). Nos concertos mais recentes vocês continuam tocando, sobretudo o material do ‘Un Biglietto’?

Franco Fabbri – Sim. É claro nós ainda gostamos bastante destas músicas, e o público também, mas outra razão é que, normalmente, nós temos pouco tempo para ensaiar, e é muito complicado encontrar um lugar em que possamos ensaiar as musicas elétricas. Da mesma forma, as músicas do ‘L’Apprendista’ e do ‘Macchina maccheronica’ são bastante relacionadas a solistas que não tocam mais conosco.

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Franco Fabbri – Na verdade, o concerto de 1993 incluía uma bastante longa segunda parte com peças do ‘L’Apprendista’ e do ‘Al Volo’ (algumas estão na verdade presentes no cd), mas não pudemos fazer um cd duplo, e nos sabíamos que havia uma forte demanda em relação às músicas do "Un Biglietto del Tram’.

Whiplash! – Eu adorei as versões do "Il Trio" para as músicas do Stormy Six! Vocês tem o plano de lançar um álbum, ou talvez compor algo com esta formação?

Franco Fabbri – Eu tenho planos para compor para o ‘Trio’ (como disse, esta foi uma das razões para que o grupo fosse formado). Isto vai levar algum tempo...

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Whiplash! – Para terminar a entrevista eu tenho de te perguntar: Nós podemos esperar, considerando os problemas que eu sei que vocês têm para se encontrar, um novo álbum do Stormy Six neste milênio?

Franco Fabbri – Nós discutimos isto recentemente, por email; todos nós gostaríamos de fazer, mas há alguns obstáculos: 1) todos nós possuímos trabalhos em campos diversos (ainda que, na maioria, em educação), e até achar um dia para nos encontrar é um problema; 2) pela mesma razão, o extensivo (e duro) trabalho coletivo que, de diversas maneiras, era a base de nossos álbuns, seria agora muito difícil; 3) Não há mais a ‘L’Orchestra’, e as gravadoras não parecem interessadas. Demorou três anos para encontrar alguém que publicasse ‘Um Concerto’. E, se posso acrescentar esta nota, eu tenha a impressão que a mesma razão que move o público a ainda amar e apoiar o Stormy Six – que é nossa coerência e independência – é a mesma razão pela qual a maioria dos executivos de gravadora, que desistiram de seus ideais faz muito tempo, na verdade nos odeiam.

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Site Oficial: http://www.francofabbri.net

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