Angra - Banda brasileira de heavy metal tradiciona/melódico.
Postado em 01 de janeiro de 1999
Entrevista exclusiva feita por Thiago Corrêa Sarkis, no dia 20/12/98 em Belo Horizonte. Representando a banda Angra estavam Kiko Loureiro e Rafael Bittencourt (guitarristas) e Luís Mariutti (baixista).
Whiplash! / O que vocês estão achando dessa turnê do Angra pelo Brasil? O que estão sentindo em relação ao público?
Kiko Loureiro / A turnê está ótima. O povo é muito legal. Normalmente os problemas que estamos enfrentando estão ligados às casas de shows e aos contratantes. Com o público não tem problema, são fanáticos, faz parte do estilo.
Luis Mariutti / O problema aqui no Brasil é que não existem boas casas para shows com um público de 800 ou 1.000 pessoas. Os contratantes fazem economia com equipamento de som, organização, tudo. Acaba que 30 shows na Europa cansam menos do que 15 no Brasil.
Whiplash! / Após terminarem essa turnê pelo Brasil, vocês saem tocando por vários países da Europa. Como é para vocês ficar fora do Brasil por muito tempo? Como se sentem?
Kiko Loureiro / É bem ruim ficar todo esse tempo fora. Lógico, dá saudade da família, do país e além de tudo já perdeu um pouco aquele "encanto" de conhecer a Europa.
Whiplash! / Vocês fazem composições durante a turnê?
Kiko Loureiro / Raramente, quase impossível. Normalmente paramos e falamos: "Vamos fazer o disco".
Whiplash! / Como você definiria o som do Angra? Seria um Heavy Metal Progressivo?
Kiko Loureiro / O som do Angra é progressivo muitas vezes, mas leva mais para o heavy metal tradicional. É um som mais direto.
Whiplash! / Em "Fireworks" o Angra mostra que está amadurecendo cada vez mais. A que se deve esse amadurecimento tão rápido?
Kiko Loureiro / Não sei dizer a nível de composições, mas com certeza há um amadurecimento grande da banda tocando junta. Estamos mais entrosados e as coisas saem mais facilmente. Isso se deve, principalmente, ao grande número de shows.
Whiplash! / Qual o álbum do Angra foi mais interessante para vocês, integrantes da banda?
Kiko Loureiro / Nenhum álbum em especial. Cada um teve seu momento.
Whiplash! / Sua opinião sobre a atual situação da música nacional (axé, pagode, etc...).
Kiko Loureiro / É uma música simplória. Essa onda de dancinha disso, dancinha daquilo é tudo a mesma coisa, só inventam uma coreografia nova. Porém, acho que esse não é um problema apenas do Brasil. É uma onda mundial, típica dos anos 90.
Whiplash! / Seria uma mania pós Kurt Cobain?
Kiko Loureiro / Não acho que tenha uma ligação direta. Kurt Cobain não queria sair vendendo milhares de CDs, ele queria apenas tocar a música simples que fazia e divulgar um movimento. Usava as roupas que gostava, saindo totalmente da linha dos anos 80, onde todos tinham que ser artistas. Um bom exemplo dessa onda os anos 80, seria o pessoal do Bon Jovi, com aqueles cabelos e roupas exatravagantes.
Whiplash! / Você curte a música que Cobain fazia?
Kiko Loureiro / Não, nunca compraria um CD, mas acho que Nirvana, Pearl Jam e Soundgarden apenas divulgaram um movimento, o pior mesmo é o que veio depois deles.
Whiplash! / Três álbuns indispensáveis?
Kiko Loureiro / É difícil dizer isso, pois cada hora estou curtindo um. Posso citar, o Rising Force do Yngwie Malmsteen que me marcou muito. Na época eu estudava guitarra direto e ficava tirando as músicas desse álbum do dia inteiro. Outro que ouvi e curti muito foi o Physical Graffiti do Led Zeppelin.
Whiplash! / Algumas bandas que sempre agradaram?
Kiko Loureiro / Não sou fanático por uma banda em si, mas sempre gostei muito de Deep Purple, Led Zeppelin, Van Halen.
Whiplash! / Falando em Van Halen e Deep Purple , já ouviu os últimos álbuns deles? O que achou?
Kiko Loureiro / Eu tenho o novo do Van Halen. É aquele do canhão, certo? Não ouvi direito, é muita informação vindo e não dá tempo de escutar tudo. Porém, tenho achado as últimas coisas do Van Halen meio chatas. Continuo curtindo Deep Purple. Gostei desses últimos álbuns com o Steve Morse.
Whiplash! / Edward Van Halen?
Kiko Loureiro / Ele é unânime, revolucionou toda a geração que veio depois dele. Teve importância maior do que Vai e Satriani por exemplo. Pode ser comparado a Hendrix pela revolução que fez. Mexeu com toda a estrutura do mundo da guitarra.
Whiplash! / Yngwie Malmsteen?
Kiko Loureiro / Outro grande revolucionário. Mudou muitas coisas em escala menor. Passou o neo-clássico, já introduzido por Ritchie Blackmore, à maneira dos anos 80. Uma maneira de tocar caracterizada por muita técnica e velocidade.
Whiplash! / Nuno Bettencourt?
Kiko Loureiro / Ele é ótimo. Curto o som dele. Vem de uma geração muito influenciada por Eddie Van Halen. É um excelente produtor também. Procuramos ele para produzir o "Fireworks".
Rafael Bittencourt / Ótimo guitarrista. Uma vez fomos assistir um show com várias bandas, entre elas, Dream Theater e Extreme. Fomos mais interessados em ver o John Petrucci, mas o Nuno Bettencourt acabou nos impressionando bem mais que o Petrucci.
Whiplash! / Randy Rhoads
Kiko Loureiro / Desses que você falou, foi o que menos ouvi. Curtia Ozzy, mas não ouvia tanto quanto os outros que foram citados. Me influenciou menos, mas tinha um puta som de guitarra e uma técnica acima do nível de seu tempo, assim como Eddie Van Halen.
Whiplash! / Por último, uma mensagem para os fãs do Angra.
Kiko Loureiro / Ouçam nossos discos e sempre tentem entender o que estamos querendo fazer, mesmo que o estilo mude um pouco. No mais, continuem aí mantendo o estilo de música forte.
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