Em 27/09/1986: Morria Cliff Burton (e o melhor do Metallica)
Por Luiz Pimentel
Fonte: Blog do Luiz Pimentel
Postado em 27 de setembro de 2016
Hoje e pelo menos desde o estrondoso sucesso do Black Album, de 1991, o Metallica se divide basicamente entre os egos e personalidades contrastantes do guitarrista James Hetfield e do baterista Lars Ulrich. O primeiro é herdeiro da infância difícil e sofrida de grana; o segundo, um eterno playboyzinho folgado dinamarquês que sempre teve tudo o que quis e muito mais do que mereceu. Mas essa química disfuncional é capaz de produzir música muito boa. Contando com a soma do talento zen do guitarrista Kirk Hammett. Só que a conta funcionava magicamente com o estupendo talento do baixista Cliff Burton, morto em acidente do ônibus da banda na Suécia em 27 de setembro de 1986.
Os quatro estavam experimentando os primeiros dias de sucesso genuíno. O disco então recém lançado, "Master of Puppets", uma obra-prima do metal, chegara ao Top 30 dos Estados Unidos e os colocara no grande escalão da música.
A banda estava em turnê europeia quando sortearam (Kirk e Cliff) quem dormiria na tal cama, Cliff ganhou e não acordou mais. O ônibus derrapou no gelo da estrada, lançou-o para fora pela janela e pousou sobre ele. O destino quis garantir realmente sua morte quando um guindaste içou o veículo, que se desprendeu a certa altura e esmagou novamente seu corpo.
Ele era uma espécie de Southern roqueiro hippie com atitude metal. Amava Lynyrd Skynyrd e umas paradas meio estranhas para um baixista de thrash metal, seu visual tampouco combinava com o gênero com uma profusão de calças boca-de-sino e malhas rasgadas.
Mas quando tocava ou compunha, o cara era foda. E fazia a banda igualmente foda.
Tanto que nenhum disco supera os três de sua fase na banda, que na minha opinião seguem em qualidade a ordem cronológica – em primeiro "Kill ´em All", seguido por "Ride the Lightning" e fechando o top 3 com "Master of Puppets". Mas entendo quem tenha como preferência a ordem inversa.
Ouça uma música como "Orion", abaixo, que nem é seu momento mais exibicionista apesar de assinar a composição e diga se não tenho razão sobre o talento do cara.
Morte de Cliff Burton
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