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Soulfly: A banda elevou a potência de seu som em 2008

Resenha - Conquer - Soulfly

Por Marcio Machado
Postado em 18 de abril de 2019

Nota: 8 starstarstarstarstarstarstarstar

Agora devidamente encaminhado sonoramente, indo para uma veia mais Thrash e deixando de lado as experimentações de outrora, o Soulfly finalmente foi se acertando e em 2008 chegou o sucessor de "Dark Ages", o álbum "Conquer" seguindo os passos já iniciado no trabalho anterior e elevando a potencia de seu som.

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Sem delongas, o álbum já inicia como bem seu nome sugere, numa espécie de marcha para um conquista e um grito de guerra, "Blood Fire War Hate" é frenética e logo seu início já mostra que a porradaria irá continuar sem dar tempo para respirar. Max Cavalera berra a toda como o líder do exército acompanhado da bateria insana de Joe Nunez e com uma participação especial de David Vincent, ex vocalista do Morbid Angel. O andamento da música oscila entre um momento mais brando (não se engane ao ler isso, pois as coisas não se acalmam aqui) e os momentos do bate cabeça. Está aberta mais uma loucura do caliban do nosso metal.

"Unleash" já começa fora de controle num riff hipnótico de Marc Rizzo agora já parceiro de longa data de Max, para cair numa música intrincada e cheia de cadencia e Max de novo arrebentando a sua garganta. Lá pela sua metade, o agora já tradicional som de berimbau dá as caras e nos joga num ritmo mais pulante, que lembra os primórdios da banda. Após um momento de calmaria, a loucura do começo volta e temos de novo a força da música martelando no ouvinte. Aqui também temos uma participação especial, dessa vez de Dave Peters do Throwdown. Foi o primeiro single do disco ganhando um vídeo bem ao estilo de Max.

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Começando com uma levada mais cadenciada, "Paranoia" logo desanda em mais doideira e cai na fúria e a dupla de guitarristas gastando em bases e paletadas rápidas. Destaque para as "cavalgadas" dos pedais da bateria que parecem uma debandada pronta pra passar por cima de quem estiver na frente. Aqui um solo da as caras, e deixam as coisas mais doidas e é uma das faixas mais pesadas e que mais vão levar o espectador a querer moshar frente ao som. Eu duvido algum pescoço ficar parado ao som disso aqui. Das melhores do álbum.

"Warmageddon" é outra que já começa sem descanso para o pescoço. O riff inicial é puro bate cabeça, e logo um ritmo cadenciado e levado pelo baixo de Bobby Burns surge e tá feito o estrago. Quando Max aparece com sua voz é acompanhando de vários solos de Rizzo durante toda a faixa e assim sai uma baderna da melhor qualidade.

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Sem tempo pra respirar, "Enemy Ghost" começa como uma metralhadora e continua cheia de groove. Logo o ritmo muda e a velocidade surge com passagens um tanto pesadas e a troca de tempo no andamento é demais, nos deixa como dentro de um liquidificador. Finaliza com um pequeno solo.

Lembrando o Soulfly do disco anterior, "Rough" vem toda groovada e bem rápida. Esse som se assemelha muito com o que Max faz ao lado de seu irmão no Cavalera Conspiracy. Os berros sem alivio estão lá e Max parece um demônio nas partes mais pesadas, seu vocal casa muito com a ideia dessas passagens onde todo o som se solidifica. Já em seu final, há um pequeno momento que nos remete ao som da banda na fase mais New Metal.

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"Fall of the Syncophants" começa bem calma com um dedilhado, quando temos uma explosão de som e influência do Slayer surge. A faixa é muito rápida e interessante a passagem mais intricada de guitarras em sua metade, que traz um momento mais arrastado, muito bem vindo por sinal. É sem dúvidas o destaque do álbum. O solo executado aqui, mesmo que simples é direto e serve para o respiro do final que cai num contratempo muito doido e nos deixa em dúvida de qual faixa estamos ouvindo. Destaque da vez vai para o baterista Nunez.

A abertura de "Doom" parece um início de um show onde voz e instrumentos surgem de uma vez, e logo começa o bate cabeça. Ah vale ressaltar que ninguém grita "mothafucka" como Max, e aqui ele dispara vários. O final cai numa levada mais reggae, que hora ou outra Cavalera introduz dentro de seus sons. Assim ela finaliza deixando o peso do início de lado. Boa faixa, até essa passagem.

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"For Those About to Rot" já é uma maravilha na sua abertura, que além do peso e groove do baixo, um violão flamenco surge no meio disso tudo e que genial toque e charme isso da ali. A faixa nos traz essa presença em vários momentos e sem perder o andamento. Tem mais um solo insano aqui, e a pancadaria continua. O final é apoteótico e cheio de drama, parece a abertura dos portais do fim do mundo.

Começando no mesmo clima apocalíptico, "Touching the Void" traz um riff que é a encarnação do próprio "capiroto" em forma de acordes. As coisas só mudam lá pela metade onde surge um andamento que nos lembra a faixa "Seek and Strike". Destaque para última frase entoada por Max e o porque do vocalista ter tanto prestígio dentro da cena, sua voz cria um grave que faz tremer os ouvidos.

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Encerrando o álbum surge a faixa instrumental e que já e de praxe dos discos da banda, a "Soufly VI" que é uma bonita música, não apresenta nada novo, mas ainda assim é muito boa de se ouvir e ver esse lado mais calmo dos músicos que fritam guitarras e bateria sem controle. Há ainda de se fazer menção à um cover que existe numa edição especial do disco, se trata da faixa "The Beautiful People" do cantor Marilyn Manson, que honrou a já ótima versão original e nos mostra uma leitura bem ao estilo Cavalera de muita qualidade também.

"Conquer" nos coloca num pandemônio sonoro, vez ou outra escorrega com algumas repetições ou alongamentos de faixas sem necessidade, mas quem é que liga para isso? É Max Cavalera fazendo o que sabe de melhor e ele mostra muito bem isso aqui!

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Sobre Marcio Machado

Estudante de história, apaixonado por cinema e o bom rock, fã de Korn, Dream Theater e Alice in Chains. Metido a escritor e crítico.
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