Barril De Pólvora: seguindo o legado do Metal nacional
Resenha - Barril De Pólvora - Barril De Pólvora
Por Leonardo M. Brauna
Postado em 08 de abril de 2018
Nota: 9
Ao ouvirmos o álbum de estreia da banda BARRIL DE PÓLVORA, um dos primeiros sentimentos que surge é o de alívio por existir bandas que cultuam o Rock/Metal tupiniquim, como aquele feito nos anos oitenta por nomes como MADE IN BRAZIL, SALÁRIO MÍNIMO, GOLPE DE ESTADO, CENTURIAS e muitos outros.
O grupo que vem de Belo Horizonte/MG é carregado de influências clássicas e passa isso com muita evidência nas oito canções deste debut. Mas não pense que "Barril De Pólvora" é mais um álbum que tenta resgatar uma aura passada, mais do que isso, ele restaura toda aquela magia. Na verdade, o que FLÁVIO DRAGER (vocal), EMERSON MARTINS (guitarras), SAULO SANTOS (baixo) e ALEXIS BOMFIM (bateria) fazem é muito próprio e conseguem tocar do Blues ao Heavy Metal na maior facilidade, conhecimento de causa e talento.
"O Som do Trovão", música que abre o CD, é uma das mais velozes e define bem o lado Metal da banda. Com um refrão grudento a letra te leva a uma viagem mística, mas há outras como "Muito Papel pra Pouca Solução", que falam de coisas mais reais –, esta, em especial, denuncia a burocracia que dificulta a vida do nosso povo. A música também revela o lado pesado do quarteto com ótimo acompanhamento da cozinha.
A sessão "bluesy" do disco começa com "Inércia" que, apesar do riff "canastrão", possui solos que cortam o ar penetrando fundo no ouvido. Diferente disso, "Tocando no Inferno", com seus solos nervosos e ritmo Rock'n'Roll, revela o lado farrista do álbum dando sequência à "Loucuras, Sonhos e Delírios", que tem a mesma intensidade.
Mais uma vez o tempero rocker abre espaço para a frieza do Blues em "Blues da Saudade". Com destaque ao timbre distorcido da guitarra, a parte instrumental faz ótima cama para um vocal potente e performático.
A faixa título é uma das mais legais e versáteis. Iniciando com pegada Hard Rock, a música descamba em um Heavy Metal empolgante ampliado por um ótimo refrão.
E como cereja do bolo, a instrumental "Tempestade" fecha o CD explorando mais o potencial dos músicos que estrearam divinamente bem. A faixa que tem influência de Rock Clássico é um retrato das ideias de EMERSON, que compôs sozinho a maior parte musical do álbum.
O que não pode passar batido é a produção que acompanha a qualidade do BARRIL DE PÓLVORA. Gravado, mixado e masterizado em Belo Horizonte, a equipe formada pelos engenheiros Carlos Ziviani e Mateus Mendes, André Cabelo (mixagem e masterização) e o produtor Rodrigo Garcia, conseguiu encontrar a melhor maneira para representar o grande patamar de audição do disco. Eis um CD recomendado no talo!
Track list:
01 – O Som do Trovão
02 – Muito Papel pra Pouca Solução
03 – Inércia
04 – Tocando no Inferno
05 – Loucuras, Sonhos e Delírios
06 – Blues da Saudade
07 - Barril de Pólvora
08 – Tempestade
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