Judas Priest: Talvez seja hora da banda repensar sua carreira
Resenha - Redeemer Of Souls - Judas Priest
Por Júlio César Tortoro Ribeiro
Postado em 12 de agosto de 2014
Nota: 6
Pois é, as lendas envelhecem, grandes bandas que lançaram grandes clássicos e cravaram seus nomes na história também escorregam de vez em quando, seja com discos menos inspirados ou aqueles que ousam fora de seus domínios.
O Judas Priest é um exemplo disso, gigante, já soltou clássicos imortais, discos bons, razoáveis e até algumas tralhas, mas nunca se acomodou, tanto que em meio a sua vasta discografia existem alguns álbuns que geraram polêmicas devido a sua ousadia.
A nova empreitada da banda acontece agora em 2014, o disco que levou um bom tempo para ser finalizado e trouxe de volta o Heavy Metal puro e direto que consagrou os ingleses.
Redeemer of Souls tem como novidade Richie Faulkner (estreando em gravações) que substituiu KK Downing em uma das guitarras, o que não é pouca coisa, e críticas a parte o fez muito bem, as guitarras soam boas e o entrosamento com Glenn Tipton é notável, o grande ponto forte do disco.
Rob Halford sente o peso da idade mas continua um grande vocalista sabendo adaptar ao tempo e dando conta do recado, a consistente sessão rítmica com Ian Hill no baixo e o monstro Scott Travis na bateria fizeram a lição de casa, mas a produção acabou com os graves prejudicando o trabalho feito.
Musicalmente o álbum segue Angel Of Retribution, um disco menos Painkiller, mais próximo do Heavy Metal com alguns toques Hard Rock dos grandes clássicos como Screaming For Vengeance e Defenders Of The Faith, porém a similaridade fica na estética sonora, o resultado não alcança tal marca, o que é compreensível.
Após uma breve intro Dragonaut começa com um grande riff e viradas de bateria típicas de Scott Travis, uma boa abertura que empolga, Redeemer Of Souls vem na seqüência trazendo muito do Priest de Angel Of Retribution, outra boa música com um refrão marcante.
Com Halls Of Valhalla o Priest embala forte, pegando carona em mais um grande riff e nos vocais bem colocados do Metal God, música vibrante ecoando o Metal Clássico, incluindo os clichês, que nesse caso é bem vindo, tais quais o duelo das guitarras e a letra bobinha. Na trinca inicial eles mostraram serviço.
Mesmo com um bom inicio a qualidade da gravação incomoda, Sword Of Democles sofre com um timbre de guitarra esquisito e com um som de bateria que parece uma demo. Qualidade de gravação a parte a música tem uma boa dose de peso impulsionado pelos bumbos de Scott Travis. March Of The Dammed brilha com sua pegada Hard Rock embalada pelas guitarras inspiradas da nova dupla Tipton/Faulkner, se a composição brilha por resgatar o Priest do incio dos 80's a produção borra o resultado com sua qualidade duvidosa.
Sem sair do lugar comum a dupla Down In Flames e Hell & Back entregam o que o fã quer ouvir, um som puro do Judas Priest, mas convenhamos eles podem fazer melhor.
Com metade do disco rodando percebi o que mais me incomodou foi a falta de intensidade de impacto das composições, Cold Blooded é o símbolo dessa falta de energia, mesmo com boas idéias é insossa, Metalizer vem pesada mas com uma qualidade sonora pífia, de onde tiraram esses timbres de guitarra?
Crossfire retoma a pegada Hard Rock e traz mais oxigênio para o disco, Secrets Of The Dead é arrastada com um boas harmonias das guitarras e uma quebrada de tempo interessante no andamento, uma música mais complexa e interessante.
Retmomando o som tradicional Battle Cry vem embalada pela pegada forte na bateria de Scott Travis, Halford brilha com suas linhas vocais bem encaixadas e Tipton e Faulkner mostram serviço com a parede de guitarras. Begining Of The End encerra o track list regular de maneira serena.
O disco Bônus começa com a bem sacada Snakebite, e dá-lhe mais ecos do Priest Hard Rock, Tears Of Blood acena para o metal com guitarras em profusão, Creatures é um b-side inofensivo e Bring It On é mais descontraída e calcada na simplicidade o que é um alento para quem teve que digerir Nostradamus e sua pretensão inútil, a balada sem graça Never Forget fecha o disco bônus.
O Judas Priest até acertou em boa parte das composições, são 18 faixas contando o bônus, mas a qualidade da gravação e dos timbres foram desastrosos. Roy Z poderia ter sido recrutado como em 2005, ele entregaria um resultado bem superior e conseguiria organizar a escolha das faixas.
Talvez seja hora da banda repensar sua carreira.
Redeemer Of Souls (2014)
Dragonaut
Redeemer Of Souls
Halls Of Valhalla
Sword Of Democles
March Of The Dammed
Down In Fames
Hell & Back
Cold Blooded
Metalizer
Crossfire
Secrets Of The Dead
Batlle Cry
Begining Of The End
Disco 2 (bônus)
Snakebite
Tears Of Blood
Creatures
Bring It On
Never Forget
A Banda
Rob Halford (Vocal)
Glenn Tipton (Guitarra)
Richie Faulkner (Guitarra)
Scott Travis (Bateria)
Ian Hill (Baixo)
Fonte: Blog Its Electric
http://itselektric.blogspot.com.br/2014/08/judas-priest-reedemer-of-souls.html
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