Judas Priest: Perdendo a relevância atual com disco ridículo
Resenha - Redeemer Of Souls - Judas Priest
Por Alisson Caetano
Postado em 14 de outubro de 2014
Nota: 3
Discos como Redeemer of Souls, 17º álbum dos ingleses, me fazem refletir sobre alguns pontos, dentre eles: a importância e significância de algumas bandas veteranas ainda estarem na ativa e, mais importante, se o JUDAS PRIEST fez a escolha certa para a sua carreira ao retornar com Rob Halford depois da fase com Tim "Ripper" Owens, isso tomando por base o próprio retrospecto negativo da banda, com o fraco Angel of Retribution (2005), o confuso e arrastado Nostradamus (2008) e até mesmo o ao vivo A Touch of Evil: Live (2009), nenhum deles dignos de grande atenção frente à carreira da banda.
E os meus pensamentos ganham mais força após ouvir as 13 faixas que compõem Redeemer of Souls, primeiro sem K.K. Downing e com Richie Faulkner cobrindo sua ausência. A falta de inspiração e o autoplágio reinam absolutos nesse disco, isso sem contar a produção porca e as constantes desafinadas que Rob dá durante os mais de 60 minutos que, aqui, se arrastam.
"Dragonaut" tenta recauchutar "Between the Hammer and the Anvil" do disco Painkiller e o resultado é patético. "Redeemer of Souls" é do tipo épico vergonhoso e que ficaria de fora do pior disco do Manowar. "Halls of Valhalla" tenta resgatar ideias de Defender of the Faith, porém, todos os problemas citados anteriormente mais o agravante da falta de técnica aqui apresentado por Faulkner jogam de vez a música na vala do esquecimento.
Um parágrafo a parte merece ser escrito para dizer sobre a parte técnica. Ninguém aqui merece destaque, nem mesmo os músicos veteranos conseguem salvar o disco com as já mais que conhecidas batidas intensas de Scott Travis à frente da bateria, nem mesmo Glenn Tipton dá um sopro de qualidade com sua guitarra. Rob Halford chega a dar pena, o outrora grande "Metal God" com seus vocais agudos e potentes dá lugar a alguém que sofre para manter algumas passagens mais agudas por pouco tempo, além de cantar de forma sem brilho em todas as faixas. O substituto de K.K. Downing se limita a seguir os passos de seu antecessor, porém, nem ao menos isso ele consegue fazer com habilidade em todas as faixas, e "Hell & Back" não me deixa mentir quanto a isso.
Eu poderia comentar mais detalhadamente sobre as outras faixas, mas seria desnecessário e repetitivo de minha parte, pois nenhum momento aqui é digno de nota, surpreendendo até mesmo o fã mais cético.
Como saldo final, fiquei com a incômoda impressão de que a banda acha que seus fãs são todos idiotas, ao acreditarem que versões mequetrefes de seus maiores clássicos embalados em uma produção mal acabada e com nenhum pingo de atitude e técnica seriam engolidas sem maiores protestos por seus fãs, como se fosse um retorno às origens ou, pior, um novo clássico absoluto. Desculpa tio Rob e cia., somos muito mais que isso, e para quem não acredita em tudo o que eu disse, por favor, ouça o disco e tire suas conclusões, mas se prepare para a decepção.
Tracklist:
1. Dragonaut
2. Redeemer of Souls
3. Halls Of Valhalla
4. Sword of Damocles
5. March of the Damned
6. Down in Flames
7. Hell & Back
8. Cold Blooded
9. Metalizer
10. Crossfire
11. Secrets of the Dead
12. Battle Cry
13. Beginning of the End
Lineup:
Rob Halford - vocais
Glenn Tipton - guitarra
Richie Faulkner - guitarra
Ian Hill - baixo
Scott Travis - bateria
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