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Edguy: Novo disco é um balanço dos últimos trabalhos de Sammet

Resenha - Space Police - Defenders of the Crown - Edguy

Por Gustavo Dezan
Postado em 24 de abril de 2014

Nota: 8 starstarstarstarstarstarstarstar

O EDGUY foi uma das primeiras bandas de Power Metal a se reinventar, com "Rocket Ride", em 2006, e, talvez por isso, seja uma das poucas bandas do estilo que continuam relevantes, graças à criatividade e irreverência do gênio Tobias Sammet, mentor também do projeto AVANTASIA. O nome do décimo álbum de estúdio, "Space Police – Defenders of the Crown", que acaba de ser lançado, é uma referência justamente a essa missão que os alemães tomaram pra si, e tem sido considerado pelos próprios integrantes e pela imprensa como um dos melhores da banda. Mas será que é tudo isso?

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A pesada "Sabre & Torch" mostra logo de cara o objetivo do disco: trazer um Best of Sammet. Tem um pouco de tudo, de "Under the Moon", do EDGUY, a "Invoke the Machine", do AVANTASIA. As altas linhas vocais chegam a incomodar um pouco no início, mas fica melhor a cada audição. Já "Space Police" traz um pouco de "King of Fools" e "Superheroes", com riff pesado durante os versos, boa ponte, mas refrão que soa forçado e não convence, como os de "Wicked Symphony" e "Spectres", do AVANTASIA. Pessoalmente, é uma síntese de tudo o que deixou a desejar nos últimos trabalhos do compositor, o ponto baixo do disco. A versão "progressiva" do disco bônus agrada mais, com os vocais malucos que Sammet faz no segundo verso – a única diferença. Conhecendo o vocalista, certamente será essa a versão cantada ao vivo.

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O play melhora a partir de "Defenders of the Crown", o tipo de música que todo fã dos trabalhos de Tobias Sammet espera ouvir. Rápida, com belas melodias, refrão simples e pegajoso. Nada muito inovador, mas tem nuances de criatividade com o acompanhamento de piano e teclado. Aliás, talvez seja a hora da banda incluir um tecladista nos shows. Destaque também para os backing vocals característicos de Oliver HARTMANN, parceiro de AVANTASIA, que pode ser ouvido praticamente em todos os coros. O single "Love Tyger" é descrito pelo autor como uma ode a ele mesmo e, à primeira ouvida, é uma das melhores do disco. Hard rock bem humorado, com uma pitada de AOR, e um ótimo riff de guitarra, concebido pelo próprio Tobias. Outro refrão extremamente grudento e divertido, música que funcionará perfeitamente junto ao público. Belo solo de Jens Ludwig.

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"The Realms of Baba Yaga" começa com um veloz riff de guitarra, parecido com o de "Nobody´s Hero", do disco anterior. É uma música enérgica, refrão com bumbo duplo e boa dose de criatividade, principalmente a partir da segunda metade. As variadas invocações à bruxa Baba Yaga tornam a música em uma das mais empolgantes. É seguida por "Rock Me Amadeus", versão cover do estranho austríaco FALCO, que mostra Tobias cantando rap em alemão. Quem lê isso pensa em algo bizarro, mas a música soa como uma mistura genial entre FAITH NO MORE e RAMMSTEIN.

"Do Me Like a Caveman" é uma contribuição interessante do guitarrista Jens Ludwig, uma das melhores do disco. Belíssimo refrão, com uma melodia suave e alegre, que lembra "Spooks in the Attic", lado B de "Rocket Ride", com guitarras mais pesadas e baixo marcante de Tobias "Eggi" Exxel, que, por sinal, está mais audível em todo o disco. "Shadow Eaters" é uma música rápida e com pegada, que lembra "Stargazers", do AVANTASIA, em seus versos, um fato curioso, já que trata-se de outra obra assinada por Ludwig. Tem um ótimo trabalho do baterista Felix Bohnke, mas o refrão é pouco inspirado.

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A parte final traz a linda balada "Alone in Myself", talvez uma das melhores que Sammet já escreveu, com ótimas letra e melodia. Alguns diziam que o alemão queria ser BON JOVI com "Superheroes" e "Lost in Space", mas ambas não chegam nem perto dessa canção, que parece ter saído diretamente de um disco dos norte-americanos. A cereja do bolo fica por conta de "The Eternal Wayfarer", uma espécie de "Piper Never Dies", do "Hellfire Club", com naftalina. Parece uma miscelânea de DEEP PURPLE, RAINBOW, IRON MAIDEN, VAN HALEN e JOURNEY. É a música épica do disco e tem um refrão grandioso. Apesar de ótima, não tem o feeling e a criatividade das longas músicas dos álbuns anteriores.

As versões com disco bônus contam ainda com a hilária "England", uma balada em homenagem ao país – e a STEVE HARRIS -, "Aychim in Hysteria", um tributo-paródia à fase farofa do DEF LEPPARD, além da já referida versão prog de "Space Police" e instrumentais das duas faixas-título, de "Love Tyger" e de "Do Me Like a Caveman".

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Durante a composição, Sammet chegou a dizer que "Space Police – Defenders of the Crown" soaria como os clássicos "Theater of Salvation" e "Mandrake", mas parece mais um balanço dos últimos trabalhos de EDGUY e AVANTASIA, que estão cada vez mais similares. Se, por um lado, faltou um pouco de originalidade e ousadia, como em "Tinnitus Sanctus" e "Age of the Joker", desta vez a banda optou por apostar no sucesso garantido, entregando um disco repleto de ingredientes que agradam aos fãs de todas as fases, com peso, melodia, criatividade e irreverência.

EDGUY – "SPACE POLICE – DEFENDERS OF THE CROWN"

01. Sabre & Torch – 5:00
02. Space Police – 6:00
03. Defenders of the Crown – 5:40
04. Love Tyger – 4:26
05. The Realms of Baba Yaga – 6:07
06. Rock Me Amadeus – 3:20
07. Do Me Like a Caveman – 4:09
08. Shadow Eaters – 6:09
09. Alone in Myself – 4:36
10. The Eternal Wayfarer – 8:50

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Disco bônus

01. England – 4:29
02. Aychim in Hysteria – 4:03
03. Space Police (Progressive Version) – 6:00
04. Space Police (Instrumental Version) – 6:00
05. Love Tyger (Instrumental Version) – 4:26
06. Defenders of the Crown (Instrumental Version) – 5:40
07. Do Me Like a Caveman (Instrumental Version) – 4:09

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