Edguy - O Retorno de "Rocket Ride" e a "The Singles" questionam - fim da linha ou fim da pausa?
Resenha - The Singles e Rocket Ride - Edguy
Por André Luiz Paiz
Postado em 14 de dezembro de 2025
A Nuclear Blast e a Shinigami Records trazem ao mercado brasileiro dois relançamentos que aquecem o coração dos colecionadores: o álbum de estúdio Rocket Ride (2006) e a coletânea The Singles (2008), ambos do Edguy. A notícia chega em um momento estratégico, com o projeto solo de Tobias Sammet, o Avantasia, surfando a onda de uma turnê mundial de sucesso, com direito a passagem pelo Brasil no final de novembro de 2025.
Este movimento de relançamento levanta a inevitável pergunta: é apenas uma jogada comercial para capitalizar o sucesso do Avantasia, ou seria um sutil preparativo para o retorno da banda que o revelou? Por enquanto, apenas especulação deste que vos escreve.
Rocket Ride (2006): A Virada de Chave no Power Metal
Lançado originalmente em 2006 e produzido por Sascha Paeth em parceria com a banda, Rocket Ride marcou um ponto de inflexão na discografia do Edguy. Após o sucesso estrondoso de Hellfire Club (2004), este sétimo álbum de estúdio foi o primeiro a dar sinais de um desgaste na fórmula do Power Metal clássico que a banda praticava nos anos 90, fortemente influenciado por Stratovarius e Helloween.

Tobias Sammet, vocalista e principal compositor, já demonstrava sua atenção dividida com o ressurgimento iminente do Avantasia, que voltaria com The Scarecrow logo depois.
O disco afasta-se das levadas velozes e incorpora influências de Hard Rock e bandas como Magnum, Kiss e Queen, mantendo, no entanto, a sonoridade central do Edguy com uma pegada mais pesada e cadenciada, além de uma crescente irreverência nos temas líricos.
Destaques e Deslizes
A transição não foi isenta de tropeços. Enquanto algumas faixas se tornaram obrigatórias, como a ótima abertura "Sacrifice", outras demonstram a fase experimental da banda. O grande diamante do álbum é a pesada e cadenciada "The Asylum", um épico de quase oito minutos que brilha com riffs densos e vocais expressivos.
O lado Hard Rock se manifesta na balada "Save Me", que claramente bebe na fonte do Kiss do final dos anos 80 e início dos 90, e na grudenta "Superheroes", que funciona com sua pegada quase pop. O Power Metal clássico só ressurge na veloz, mas ligeiramente estereotipada, "Return To The Tribe". Por outro lado, o álbum tropeça em faixas menos inspiradas como "Matrix" e "Out of Vogue", culminando no que muitos consideram o maior equívoco do disco: a controversa "Trinidad".
Um atrativo especial desta nova edição é a faixa bônus, a balada "Land Of The Miracle" ao vivo no Brasil, um aceno nostálgico à fervorosa base de fãs nacional.
The Singles (2008): O Tesouro dos B-Sides
A coletânea The Singles, lançada originalmente em 2008, é um presente para os colecionadores e a prova da natureza prolífica de Tobias Sammet. O Edguy sempre agraciou os fãs com b-sides criativos e versões alternativas, e esta compilação ajuda a complementar a discografia de quem perdeu os EPs e maxi-singles da época.
Os destaques aqui são imperdíveis. A divertidíssima "Judas In The Opera", que conta com a participação especial da lenda Michael Kiske, é um clássico instantâneo. A coletânea também traz três faixas extras do EP King of Fools (que precedeu o Hellfire Club) gravadas com a prestigiada Film Orchestra Babelsberg, sendo a épica "Holy Water" e a favorita do autor, "New Age Messiah", os pontos altos que mostram o lado mais grandioso da banda. A inclusão da versão alternativa acústica de "Lavatory Love Machine" completa a diversidade. Por outro lado, "Life And Times Of A Bonus Track" é divertidinha mais pela letra do que pela qualidade da canção.
O Veredito Colecionável e o Futuro
Para quem valoriza o material físico, o relançamento é uma excelente notícia. O acabamento gráfico do material está caprichado, o que agrada imensamente os colecionadores que ainda não completaram a discografia. Para quem já possui os originais, resta a dúvida sobre o custo-benefício.
A Pergunta que Não Quer Calar
No entanto, o maior atrativo não está no passado, mas no futuro. O Edguy deve voltar? Embora o Avantasia siga em alta, até o aclamado projeto de Sammet tem dado sinais de desgaste na fórmula em discos recentes como Here Be Dragons. Uma mudança de ambiente e o retorno à sua banda de origem, com o peso de Jens Ludwig e a bateria de Felix Bohnke, poderia ser o revigoramento necessário para Tobias Sammet.
Este autor arrisca: sim, o Edguy deve voltar. Mas enquanto isso não acontece, revisitar Rocket Ride e mergulhar nas raridades de The Singles é a melhor maneira de manter viva a esperança e relembrar o legado.
Boa audição!
The Singles, tracklist:
1. "Superheroes"
2. "Spooks In The Attic"
3. "Blessing In Disguise"
4. "Judas At The Opera" (feat. Michael Kiske)
5. "The Spirit" (Magnum cover)
6. "Superheroes" (epic version)
7. "Lavatory Love Machine"
8. "Lavatory Love Machine" (acoustic Version)
9. "I'll Cry for You" (Europe cover)
10. "King Of Fools" - 3:35
11. "New Age Messiah" - 6:00
12. "The Savage Union" - 4:15
13. "Holy Water" - 4:17
14. "Life And Times Of A Bonus Track" - 3:23
Rocket Ride, trackilist:
1. "Sacrifice" 8:01
2. "Rocket Ride" 4:47
3. "Wasted Time" 5:48
4. "Matrix" 4:09
5. "Return to the Tribe" 6:06
6. "The Asylum" 7:38
7. "Save Me" 3:47
8. "Catch of the Century" 4:02
9. "Out of Vogue" 4:36
10. "Superheroes" 3:19
11. "Trinidad" 3:28
12. "Fucking with Fire (Hair Force One)" 4:22
13. "Land of the Miracle" (Live in Brazil) (Limited edition bonus track) 5:49
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