Skull Daze: Esforço desnecessário em um hard muito estrito
Resenha - Skull Daze - Skull Daze
Por Felipe Kahan Bonato
Postado em 01 de fevereiro de 2011
Nota: 7
Como a própria capa indica, o SKULL DAZE é uma banda de hard rock. Oriunda da Itália, lançam em 2010 seu auto intitulado debut, trazendo um som bem puxado para o heavy metal, mas ainda dentro do hard rock padrão. Apesar de produzirem um bom álbum que certamente traz pedaços de nossas bandas preferidas, o disco do estreante grupo italiano é certinho demais, talvez levando a sério demais o gênero ao qual se propõe ser fiel. Em se tratando de hard rock, e mais precisamente da música em si, o SKULL DAZE ainda tem o que aprender.
"Back To Hell", música que segue a introdução digna de abertura de show, inicia o disco em um hard/heavy que faz uso de guitarras sujas e pesadas, disparando alguns harmônicos. Os backings estão presentes, assim como a voz estridente, mas não tão aguda, de Johnny Rainbow, que segue os moldes do W.A.S.P. ou do KEEL. Em "Nothin’" o refrão é mais fluido, repetitivo e menos carregado sonoramente, com o destaque ficando por conta das pontes de guitarra que sucedem o refrão. "Heartbreak City" novamente possui uma leve tendência hard rock, com bases que mais tendem ao metal, sendo esse talvez o grande diferencial dos italianos.
A virtuose é consagrada na velocidade mais punk da densa "Believe". "Turn It Down" consegue ser intensa mas privilegia um andamento não tão veloz, mais sombrio, que casa muito bem com a voz do vocalista e ainda eclode em um refrão bem trabalhado, que lembra um pouco os últimos discos de OZZY. "Beware" consegue canalizar as atenções na bateria que, simplificada, criam bases únicas, com as quais algumas bandas de hard se tornaram memoráveis. Apesar disso, o bom refrão que conta com uma esgoelada que orgulharia Vince Neil, atropela um pouco tal introdução, que deveria ter sido reservada a outra faixa.
"Dirty Girl" é melódica, quase romântica e, ao estilo de "Turn It Down", traz um andamento lento, outra vez com foco na base de bateria, que dessa vez não perde espaço para o bom solo de guitarra. Na primeira audição, é uma faixa que causa estranheza, já que quase sai do hard rock. No entanto, o peso e a voz do vocalista fazem com que ainda seja um canção coerente com o estilo da banda. Grande faixa é "Nowhere To Run", que evidencia o que o SKULL DAZE tem de melhor. Com um baixo mais presente e destacado, os italianos conseguiram criar uma faixa bem conectada, com trechos diferentes e interessantes que não prejudicam a boa fluência entre a introdução, o refrão, as pontes e o solo de guitarra. "Sex Drugs And Rock n’ Roll" é direta, como usual, investindo ainda mais nas guitarras, bem timbradas.
Ao final, tem-se uma estreia muito boa dos italianos, mas que não mostra ainda todo o potencial dos músicos, talvez por falta de maturidade. Algumas composições são muito simplistas, fazendo com que seja sucumbida um pouco a melodia para se privilegiar desnecessariamente a sujeira das guitarras. Algumas ideias também não se concluem, com algumas faixas de ótimo refrão, outras com boa introdução, mas nas demais partes a banda parece perdida, apenas preenchendo o tempo para fechar uma música. Completando isso, os vocais e a bateria, embora bons, são muito lineares, sem introduzir diferentes andamentos nem nada novo ao som da banda.
No entanto, a banda consegue fazer uma música divertida, que revive muito bem grandes clássicos do auge do hard rock. A fórmula a ser seguida está em "Nowhere To Run". Só espero que não a reproduzam como fora feito nessa estrita estreia, muito certinha. Tomara que no seu próximo trabalho o SKULL DAZE seja mais arrojado e mostre a que de fato veio nesse universo hard rock, hoje quase saturado.
Integrantes:
Johnny Rainbow - vocais
Joey London - baixo
Acey Starlight - guitarra
The President – bateria
Danny Slade - guitarra
Faixas:
1. Intro
2. Back to Hell
3. Nothin'
4. Heartbreak City
5. Believe
6. Turn It Down
7. Beware
8. Heartless Love
9. Dirty Girl
10. Nowhere to Run
11. Sex Drugs and Rock 'N' Roll
Gravadora: Street Symphonies
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