RECEBA NOVIDADES ROCK E METAL DO WHIPLASH.NET NO WHATSAPP

Matérias Mais Lidas


Outras Matérias em Destaque

O que faltava no Kiss: "Led Zeppelin e The Who soavam incríveis. Por que não conseguimos?

A música gravada pelos Ramones que fez Dado Villa-Lobos querer tocar guitarra

Os dois guitarristas ingleses da década de 60 que David Gilmour considera seus "heróis"

O disco do Metallica em que Kirk Hammett viveu seu auge como guitarrista

A letra de Serj Tankian para o System of a Down que Shavo Odadjian menos entendeu

Por que Edu Falaschi não colocou "Rebirth" do Angra no seu novo Blu-Ray? Ele explica

A opinião de Rafael Bittencourt sobre Angra com Kiko Loureiro e Marcelo Barbosa juntos

Steve "Zetro" Souza explica veto ao nome Zetrodus

Andreas Kisser cita aspectos negativos do carnaval: "no heavy metal você não vê isso"

Ellefson não falou com Mustaine após ser demitido do Megadeth; "Não preciso ser seu amigo"

Os artistas bombados que Roger Water menospreza: "Sou muito, muito mais importante"

O disco clássico e a calça rasgada que mudaram a vida de João Gordo, do Ratos de Porão

O dia em que Max Cavalera foi preso após mal-entendido envolvendo a bandeira do Brasil

A música do Led Zeppelin que Robert Plant não consegue ouvir sem lembrar de John Bonham

O vocalista de punk rock que Freddie Mercury odiava por ter ouvido ele cantar


Stamp

Sepultura: os paradigmas quebrados por "Chaos A.D."

Resenha - Chaos A.D. - Sepultura

Por Guilherme Vasconcelos Ferreira
Postado em 03 de junho de 2008

Rupturas, inovações, quebra de paradigmas. Qualquer pessoa ou quaisquer grupos de pessoas, em qualquer campo social, que ousem desafiar regras e modelos já bem estabelecidos e consagrados sofrem, obrigatória e inevitavelmente, resistência e reações adversas. É da própria natureza humana abraçar o velho e sua segurança e repudiar o novo e suas mudanças e incertezas. Entretanto, não é e nunca foi do DNA do Sepultura, banda cuja música é, por definição, explosiva e contestatória, se acomodar e se prender a fórmulas bem-sucedidas. A ousadia e a inquietude sempre foram marcas registradas do quarteto mineiro.

Sepultura - Mais Novidades

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - GOO
Anunciar no Whiplash.Net Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Em 1993, depois do sucesso retumbante de "Beneath the Remains" e "Arise", álbuns calcados em um thrash/death metal vigoroso e visceral com explícitas influências de Slayer, o Sepultura resolveu arriscar em "Chaos A.D.". E, apesar da polêmica inicial, a aposta foi exitosa. Ao misturar a brutalidade e selvageria metálicas, características que notabilizaram o grupo desde os seus primórdios, com percussão, batidas e ritmos tribais, os belohorizontinos criaram uma linha musical de vanguarda. Em uma verdadeira antropofagia musical, o Sepultura apimentou e incrementou um gênero musical estadunidense – thrash metal da Bay Area, em San Francisco – com influências próprias da cultura tupiniquim, tornando-se, ao mesmo tempo, uma banda de fácil identificação e de difícil classificação e rotulação.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - CLI
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Em "Refuse/Resist" e em "Territory", músicas que soberbamente abrem "Chaos A.D.", o grupo já deixa claro aos mais desavisados e xiitas que os andamentos mais acelerados e os riffs palhetados, apesar de ainda darem as caras em significativa quantidade, não são mais os principais ingredientes de sua música. Em contrapartida, se uma boa parcela dos riffs está mais técnica, cadenciada e trabalhada, a agressividade – emanada principalmente dos vocais guturais absurdamente poderosos de Max Cavalera –, o peso e a crueza, para alegria dos fãs mais puristas e para desespero dos ouvidos mais delicados de porcelana, continuam lá, inabaláveis e intocáveis. É nessa composição/mescla de novas nuances com elementos já tradicionais que reside o grande mérito e o grande trunfo de Chaos A.D. Prova disso é que, em um mesmo álbum, convivem harmonicamente canções tão díspares quanto "Kaiowas" – música instrumental, de acentuado caráter tribal, em homenagem aos índios brasileiros da tribo homônima que, segundo consta no encarte, "cometeram suicídio em massa como protesto contra o governo que estava tentando se apropriar de suas terras e de seus costumes" – e "Biotech is Godzilla", faixa thrash/hardcore raivosa que poderia facilmente fazer parte de "Arise" ou de "Beneath the Remains".

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - GOO
Anunciar no Whiplash.Net Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Individualmente, os principais destaques são, obviamente, os irmãos Cavalera: o coração, o cérebro e a alma do Sepultura. Max, além da já elogiada performance vocal, foi o grande responsável por trazer elementos tribais ao som do Sepultura – fato que ficou inteiramente corroborado após a sua deserção em 1996, quando esses traços foram progressivamente desaparecendo até serem totalmente eliminados em "Roorback" e em "Dante XI" – e escreveu quase todas as letras de "Chaos A.D.", com menção especial a "Refuse/Resist", uma crítica à proliferação de conflitos e guerras mundo afora, e a "Manifest", um protesto contra a truculência governamental e policial no episódio conhecido como massacre do Carandiru, uma verdadeira chacina de presidiários.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - CLI
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Igor Cavalera, por sua vez, mostrou em "Chaos A.D." que não era "apenas" um baterista pesado, rápido e preciso, como ficou evidenciado nos primeiros trabalhos do grupo, mas era também dono de um arsenal bastante variado e intrincado. As linhas de bateria de "Territory", "Slave New World" – outro petardo thrash – e "Kaiowas", por exemplo, além de memoráveis, inventivas e antológicas, elevaram Igor a um patamar de respeitabilidade internacional, sendo considerado até hoje como um dos melhores bateristas do Brasil e do mundo.

Romper barreiras e quebrar paradigmas é, via de regra, uma tarefa complicada e, por vezes, traumática. Gera insatisfações e pode deixar seqüelas irreversíveis. Se foi em "Roots" – outro álbum altamente recomendável – que o Sepultura aprofundou e levou ao extremo as influências tribais, foi em "Chaos A.D." que essas novidades vieram à tona e revolucionaram tudo aquilo que era conhecido como metal no início da década de 90. O Sepultura mostrou, enfim, que, apesar do abismo histórico que os separa e da barreira imposta pelos headbangers mais conservadores, o moderno e o plugado – o heavy metal – e o antigo e o desplugado – a cultura e a música indígenas – poderiam conviver pacificamente em uma simbiose cultural e musical altamente enriquecedora. Foi assim que o quarteto mineiro rompeu, inovou, quebrou velhos paradigmas e assegurou seu lugar na eternidade.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - GOO
Anunciar no Whiplash.Net Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Indispensável.

Compartilhar no FacebookCompartilhar no WhatsAppCompartilhar no Twitter

Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps


Stamp


publicidadeMarcelo Matos Medeiros | Glasir Machado Lima Neto | Felipe Pablo Lescura | Efrem Maranhao Filho | Geraldo Fonseca | Gustavo Anunciação Lenza | Richard Malheiros | Vinicius Maciel | Adriano Lourenço Barbosa | Airton Lopes | Alexandre Faria Abelleira | Alexandre Sampaio | André Frederico | Ary César Coelho Luz Silva | Assuires Vieira da Silva Junior | Bergrock Ferreira | Bruno Franca Passamani | Caio Livio de Lacerda Augusto | Carlos Alexandre da Silva Neto | Carlos Gomes Cabral | Cesar Tadeu Lopes | Cláudia Falci | Danilo Melo | Dymm Productions and Management | Eudes Limeira | Fabiano Forte Martins Cordeiro | Fabio Henrique Lopes Collet e Silva | Filipe Matzembacher | Flávio dos Santos Cardoso | Frederico Holanda | Gabriel Fenili | George Morcerf | Henrique Haag Ribacki | Jorge Alexandre Nogueira Santos | Jose Patrick de Souza | João Alexandre Dantas | João Orlando Arantes Santana | Leonardo Felipe Amorim | Marcello da Silva Azevedo | Marcelo Franklin da Silva | Marcio Augusto Von Kriiger Santos | Marcos Donizeti Dos Santos | Marcus Vieira | Mauricio Nuno Santos | Maurício Gioachini | Odair de Abreu Lima | Pedro Fortunato | Rafael Wambier Dos Santos | Regina Laura Pinheiro | Ricardo Cunha | Sergio Luis Anaga | Silvia Gomes de Lima | Thiago Cardim | Tiago Andrade | Victor Adriel | Victor Jose Camara | Vinicius Valter de Lemos | Walter Armellei Junior | Williams Ricardo Almeida de Oliveira | Yria Freitas Tandel |
Siga Whiplash.Net pelo WhatsApp
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Sobre Guilherme Vasconcelos Ferreira

Ano 2000. Então com 12 anos, entrei na secção de CDs de um supermercado para gastar o dinheiro da mesada que meu pai dera dias antes. Sem o mínimo de discernimento, deixei-me fascinar pela bela capa do Brave New World, do Iron Maiden. Não me decepcionei. Aqueles vocais operísticos e as guitarras melodiosas foram a porta de entrada para o heavy metal, estilo que muito contribuiu para a formação dos meus valores e da minha personalidade. Hoje, aos 21 anos, estou no último ano do curso de Jornalismo da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e trabalho com assessoria política. A música pesada, porém, nunca me abandonou. Além da Donzela, nutro sincera paixão por Black Sabbath, Deep Purple, Dio, Metallica, AC/DC, Rush, Pink Floyd, Dream Theater, Judas Priest, Yes e Motörhead. As bandas emo, indie ou qualquer uma que tire onda de moderninha e bem comportadinha me exasperam profundamente. Odeio instrumentais paupérrimos e rebeldia de boutique. Rock n' roll existe para questionar noções consagradas de normalidade e tensionar padrões morais e estéticos dominantes. Para cultivar a estupidez e exaltar o artificialismo, já existe a música pop. Sim, sou um old school empedernido.
Mais matérias de Guilherme Vasconcelos Ferreira.

 
 
 
 

RECEBA NOVIDADES SOBRE
ROCK E HEAVY METAL
NO WHATSAPP
ANUNCIE NESTE SITE COM
MAIS DE 4 MILHÕES DE
VIEWS POR MÊS