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In Flames: muito diferente da banda de 1999

Resenha - A Sense Of Purpose - In Flames

Por Clóvis Eduardo
Postado em 25 de abril de 2008

Nota: 8 starstarstarstarstarstarstarstar

A capa do novo cd do In Flames causa certo impacto. Até então, todos os discos traziam imagens mais abstratas, ou com coloração mais uniforme. Pode ser que a mudança do desenho da capa seja realmente o desejo da banda atualmente, de explorar novos caminhos e até mesmo mudar o estilo de fazer música.

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A imagem é bacana, mas se lembrarmos de como eram as capas dos últimos discos dos suecos, ficará no ar um pouco de estranheza. O In Flames 2008 é muito diferente do In Flames 1998, que na época, ainda estava em turnê com "Whoracle", um disco que define perfeitamente o estilo da banda assumido desde os primórdios: Death Metal Melódico. Quem escutou à época "Jotun", "Food For The Gods" ou "Jester Script Transfigured", sequer imaginava o direcionamento que a banda tomaria 10 anos depois, apesar de haver certa insistência em dizer que, atualmente, o que eles fazem, é Death Metal Melódico.

"A Sense Of Purpose", assim como "Come Clarity" (2006), não é um disco nestes padrões. Apesar do vocalista Anders Friden ter retomado um pouco o vocal gutural, o direcionamento do disco é mais leve, com riffs melodiosos e simples, produzidos por Jesper Strömblad e Björn Gelotte. Experientes, os dois estão bastante afiados e com aquela velha tática, de criar as canções em um andamento mais equilibrado, o que funciona muito bem ao vivo. Soa moderno, pesado, igual a "Come Clarity", talvez com canções até mais elaboradas do que o disco anterior.

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Rotular o In Flames atualmente não é tarefa fácil, e acredito que a banda e nem ninguém esteja preocupada com isso. Anders Friden deixou um pouco de lado os vocais mais limpos, tão utilizados em "Soundtrack To Your Escape" de 2004. Parece que ele aprendeu que esta tática funciona melhor apenas nos refrãos, com a sobreposição de vários tons de voz, assim como na faixa "Sleepless Again", que ficou muito boa pela utilização de teclados e das sempre presentes melodias de guitarra.

Musicalmente, o novo cd proporciona grandes experiências. A música "Alias" é diferente de tudo que o In Flames já fez, com um refrão especial, fácil de ser cantado e versos transbordando a emoção de Anders Friden. O violão no meio da canção trás a sensação de nostalgia, com a lembrança da bela "Moonshield", do disco "The Jester Race", de 1996.

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Evidente que não podiam ficar de fora as músicas mais velozes, como "Disconnected", Sober And Irrelevant" e "March To The Shore", que apesar de muito boas, tem lá semelhança com "Take This Life", e tantas outras canções do CD anterior da banda da Suécia.. O que as diferencia neste lançamento é uma nova pegada, principalmente com solos mais complexos e o ritmo mais forte da cozinha criada pelo baterista Daniel Svensson e o baixista Peter Iwers.

Pela primeira vez em 15 anos de banda, ouvimos uma música mais extensa feita pelo In Flames. "The Chosen Pessimist", tem oito minutos e é uma bela canção, com bela participação de Anders ao colocar toda a emoção junto ao dedilhado de guitarra inicial. A partir do sexto minuto, as coisas ficam ainda melhores, com a explosão musical, num desfecho muito bonito, movidos pela força do vocalista e alguns efeitos adicionais de teclado. É uma música um pouco depressiva, mas que pode funcionar perfeitamente ao vivo, por ser bem diferente.

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A versão japonesa do disco trará as três músicas adicionais ("Tilt", "Eraser" e "Abnegation"), que estiveram no EP "The Mirror's Truth", lançado no mês de março. Edições especiais também chegarão ao mercado, como um box em madeira e a presença de um DVD extra, com conteúdo ainda não conhecido por aqui.

Aparentemente, os fãs estão gostando do novo "A Sense Of Purpose", pois o disco ficou em primeiro lugar nas vendas na Suécia, terceiro na Alemanha e 28º nos Estados Unidos, neste último com 20 mil cópias vendidas apenas na semana de estréia. Comercialmente, o In Flames vai muito bem, mas resta saber até que ponto as melodias, os riffs pesados e rápidos, o vocal rasgado e a bateria vão continuar desta forma diferenciada e fazendo a cabeça dos fãs que conheceram o quinteto como uma referência no Death Metal Melódico mundial.

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Faixas:

1. The Mirror's Truth
2. Disconnected
3. Sleepless Again
4. Alias
5. I'm the Highway
6. Delight and Angers
7. Move Through Me
8. The Chosen Pessimist
9. Sober and Irrelevant
10. Condemned
11. Drenched in Fear
12. March to the Shore

Tempo aproximado: 48:31

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Sobre Clóvis Eduardo

Clóvis Eduardo Cuco é catarinense, jornalista e metaleiro.
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