Com o Brutal Brega João Gordo faz show competente e divertido no Summer Breeze Brasil
Resenha - Brutal Brega (Summer Breeze Brasil, 29/05/2023)
Por André Garcia
Postado em 29 de abril de 2023
Nos anos 70 e começo da década seguinte, na música brasileira, quando o assunto era venda de discos, não tinha para ninguém: os cantores bregas reinavam. Pelo que dizem, era o dinheiro da vendagem deles que bancavam as dispendiosas gravações dos medalhões da MPB. Se isso é verdade, eu não sei. O fato é que João Gordo, que tinha 15 anos em 1979, viveu aquela época, e possui uma relação saudosista com ela.
Em 2022 o vocalista pegou a muitos de surpresa lançando o álbum solo "Brutal Brega", de versões punk de clássicos da música brega brasileira. Mas será que o público do Summer Breeze tem idade o bastante para possuir um vínculo afetivo com essas músicas? Confesso, imaginei que a reposta seria não, mas felizmente eu estava enganado.
Os portões abriram pontualmente às 10h, a primeira banda a tocar foi Voodoo Kiss, às 11h, às 11h30 João Gordo subiu ao palco. O show, asssim como o disco, abriu com as músicas "Fuscão Preto" (Almir Rogério), "Tenho" (Sidney Magal) e "Ciganinha" (Carlos Alexandre).
A plateia começou meio que com um pé atrás, mas logo foi se soltando e entrando na brincadeira. Os mais velhos cantaram junto praticamente todos os refrões. A partir da quinta música ("Amante Latino", novamente Sidney Magal) rolou até mesmo uma pequena e lúdica roda punk. Até a banda chamou atenção para o fato. E seguiu rolando em várias das músicas seguintes como "Feiticeira" (Carlos Alexandre).
A banda, formada por veteranos, esbanjou competência, tocando de forma fiel ao disco. João Gordo, que já havia brincado com o fato de ter sido escalado para tocar antes do almoço, estava bem à vontade, brincando com a plateia entre as músicas, e eventualmente mandando um ou outro tomar no c*. Chamou atenção o fato de o vocalista cantar consultando as letras impressas em um pedestal de partitura. Antes que alguém pudesse dizer alguma coisa, ele já se antecipou com seu típico humor autodepreciativo "Estou ficando véio, não lembro as letras".
Encerrado com "Morena Tropicana" (Alceu Valença), o show foi bem positivo: divertido e descontraído como não poderia deixar de ser. Até as condições climáticas colaboraram: solzinho ameno, sem chuva, sem vento… Problemas técnicos também não aconteceram. O tom galhofeiro e despretensioso não agradou a todos, mas eu não me incomodei. Eu não esperava outra coisa.
Summer Breeze Brasil 2023
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