Café com Rosas Blog: escutando Gary Clark Jr.
Por Guilherme Fernandes
Fonte: Café com Rosas Blog
Postado em 14 de março de 2012
Gary Clark Jr. não é a salvação do Blues. Decerto que seu talento impar somado à eletricidade de suas apresentações, onde mescla, de forma sempre coerente e eficaz, rock, blues e soul music, é um convite para endeusarmos esse texano de 27 anos que esteve recentemente por aqui, abrindo os shows da turnê brasileira do – esse sim, gênio – Eric Clapton.
É inegável o talento de Gary Clark Jr., já reconhecido por mestres da guitarra como, além do próprio Clapton, Steve Winwood e B.B. King. Entretanto, isso não quer dizer que Gary seja a esperança do Blues.
Primeiro porque o Blues não precisa ser salvo. O Blues não é um estilo morto, que não desperta interesse em ninguém, que não seduz mais um jovem que deseja empunhar uma guitarra e salvar o mundo. O Blues tem uma alma própria, muito mais emocional que o Rock n’ Roll, e tão criativa quanto o jazz. Novas promessas, salvações dos estilos e gênios de pouca idade aparecem todos os dias em todos os cantos do mundo.
Outra que, será que alguém hoje ainda se lembra do Fireball Ministry, uma das salvações do Rock n’ Roll, uma das únicas bandas que conseguiriam salvar o estilo?
É claro que muitos se lembrarão, outros sequer sabem do que estou falando.
Basta um bom álbum de um par de medalhões do Rock n’ Roll, como foram o Black Ice, do AC/Dc, ou o Wasting Light, do Foo Fighters, para esquecerem-se do Fireball Ministry e dessa ladainha de salvação do Rock.
O mesmo pode ser dito para Gary Clark Jr. Ou ninguém se lembra do turbilhão de elogios quando o Jonny Lang surgiu? E o Jonh Mayer? Quando Lang caiu por conta da má administração de sua carreira – e diga-se, seus vícios – ninguém se lembrou. Em 2010 fomos presenteados com o poderosíssimo Live At Ryman, e ninguém deu a mínima. E Mayer, que, com problemas na voz, não traz nada de consistente desde o longínquo ano de 2009?
Eles também eram salvações do Blues, gênios, prodígios.
Não que o objetivo desse texto seja denegrir a imagem de Gary e outros jovens talentosíssimos. A questão aqui é acabar de uma vez por todas com a responsabilidade que se colocam em cima deles, fazendo com que os próprios não consigam administrar. Se as coisas continuarem assim, logo teremos uma série de bons músicos fazendo Blues pausterizados, com solos sem nenhum feeling e carregando em seus ombros uma responsabilidade de agradarem uma crítica medíocre a cada lançamento medíocre.
Eu também me arrepiei – e ainda me arrepio – quando escuto Bright Lights, assim como sei que, se deixarem Gary trabalhar em paz, sem lengalengas de o novo prodígio depois de Hendrix, com certeza seremos brindados com grandes lançamentos e ótimas apresentações deste texano.
Só que não podemos jogar toda mediocridade de uma era em cima de garotos com suas guitarras. Não podemos pedir para que meninos talentosos consertem o que nós mesmos destruímos. Não podemos apressar o processo de formação deles por conta da nossa falta de ídolos.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Bangers Open Air dá pistas sobre as próximas bandas do line-up
Festival Sonic Temple anuncia 140 shows em 5 palcos para 2026
O álbum "esquecido" do Iron Maiden nascido de um período sombrio de Steve Harris
Megadeth terá uma música com "Puppet" no título em seu último álbum
Viúva de Ronnie James Dio afirma que ficou feliz com último show de Ozzy Osbourne
Documentário de Paul McCartney, "Man on the Run" estreia no streaming em breve
Fabio Lione e Luca Turilli anunciam reunião no Rhapsody with Choir & Orchestra
Axl Rose é criticado por sua voz após Guns N' Roses homenagear Ozzy com cover no Brasil
Bryan Adams fará shows no Brasil em março de 2026; confira datas, locais e preços
Guns N' Roses homenageia seleção brasileira de 1970 em cartaz do show de São Paulo
O álbum do Rush que Geddy Lee disse ser "impossível de gostar"
O disco de prog que Ian Anderson disse que ninguém igualou; "único e original"
Baterista confirma que o Bad Company tocará no Rock and Roll Hall of Fame
O primeiro tecladista estrela do rock nacional: "A Gloria Pires ficou encantada"
A reação de filha de Elvis Presley ao descobrir que Michael Jackson era virgem aos 35 anos
Titãs e a música que quase não entrou no disco e foi um dos maiores sucessos da banda
O maior guitarrista de hard rock de todos os tempos, segundo Tom Morello


Luxúria: uma lista de alguns dos clipes mais sexys da história
Metal: nomes do gênero que assumiram ser cristãos
HailMetal.com: Os cinqüenta melhores álbuns de Death Metal
Roberto Carlos disse para a jovem banda: "o que vocês fizeram com a minha música?!"
Classic Rock divulga lista das 50 maiores bandas de Rock de todos os tempos
Silverchair: a história por trás da capa de Freak Show



