A visão de Herbert Vianna sobre seu pai ter sido piloto da Força Aérea na ditadura
Por Gustavo Maiato
Postado em 19 de fevereiro de 2022
Não é novidade que Herbert Vianna sempre teve um grande amor pela aviação e que isso, infelizmente, o levou a ficar paraplégico após um acidente aéreo com a aeronave em que pilotava em 2001. Esse fascínio pelos aviões veio de seu pai, que era piloto da Força Aérea durante a ditadura.
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Em entrevista concedida em 1995 para o programa Roda Viva, o vocalista do Paralamas do Sucesso foi convidado a refletir sobre essa relação com o pai e como a imagem de militar era passada em sua casa.
"Você é filho de militar. Você cresceu em um cenário em que os militares tinham uma presença muito grande no cenário brasileiro. Hoje, o que vemos dos militares no jornal são coisas patéticas. Eles reclamam de salário e tudo mais. Como você viveu isso na sua casa? Como essa transformação do ambiente militar chegou até você?", perguntou um dos apresentadores do programa.
Em sua resposta, Herbert Vianna deixou claro que sua relação com seu pai sempre foi muito boa. Ele também disse que foi ele quem o ensinou a pilotar e realizar acrobacias aéreas.
"O meu pai é uma pessoa muito importante para mim. Uma pessoa muito importante na minha vida e também um ser humano espetacular. Ele tem um senso de justiça e capacidade de ajudar que é impressionante. Ele já fez sacrifícios para ajudar pessoas humildes. Ele é um aviador antes de ser militar. É um piloto e tem no sangue, assim como eu, o amor pela aviação e o fascínio por um objeto voando. Um piloto muito bom. Agora, ele não está na Força Aérea, mas antes ele me levava escondido em aviões militares para me ensinar a voar e fazer acrobacias", explicou.
Em outro ponto, Herbert Vianna disse que nunca chegou a ele a imagem de que o pai estivesse de alguma forma relacionado com o Regime Militar. "Nós morávamos em Brasília na época da Revolução. Meu pai foi preso, lembro dos tanques nas ruas. Mas nunca chegou dentro de casa a imagem de um militar ou uma pessoa que fosse participante de um regime ou de uma coisa como a que aconteceu no Brasil. Para mim, ele sempre foi um ser humano exemplar. Agora, meu pai era Capitão da Força Aérea. Hoje, um Capitão não tem a mesma condição. A quantidade de pessoas intelectualmente preparadas que não estão mais optando por uma carreira de oficial está aumentando, então o nível vai caindo. Você vê como são as bases aéreas e os aviões. Não tem nem combustível. O padrão do oficial militar vejo que foi caindo", concluiu.
Confira a entrevista completa abaixo.
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