O hit de Raul Seixas que fala sobre roubo de terras e critica governo militar de Geisel
Por Gustavo Maiato
Postado em 14 de novembro de 2022
A música "Capim Guiné" foi lançada por Raul Seixas no álbum que leva seu nome em 1983. Conforme contou Júlio Ettore em seu canal no YouTube, essa incrível história começou anos antes com uma viagem de Raul para a Bahia.
Raul Seixas - Mais Novidades
"Essa música é de 1979 e fala sobre roubo de terras, com críticas ao governo militar. Originalmente, foi escrita pelo Wilson Aragão, que foi descoberta pelo Raul Seixas anos depois. Então, ele fez mudanças e acabou entrando no disco depois. No começo dos anos 1980, o Raul Seixas viajou para o interior da Bahia e foi para Salvador passar um tempo com os pais depois de uma cirurgia. Lá morava um cara chamado Beto Sodré. Eles se conheceram porque o Beto gostava de Elvis Presley. Esse cara era de uma cidade chamada Piritiba, que fica a 200 km de Salvador. Ele falava tanto da terra natal que o Raul foi lá visitar com a Kika Seixas. A expectativa era que ninguém o reconhecesse, mas não foi o que aconteceu. Realmente, as pessoas o reconheceram lá. Piritiba tinha 16 mil habitantes na época. O Raul encontrou uns meninos na pracinha da cidade tocando essa música ‘Capim Guiné’. Eles estavam treinando para tocar no festival da cidade. Raul entendeu como um sinal do destino e quis essa música. Os meninos falaram que a canção era do Wilson Aragão, que morava em Salvador. O Raul estava escolhendo as músicas do novo disco e lembrou dessa canção. O Raul ligou para o Beto e pediu para ver se o Wilson concordava com as mudanças que ele tinha feito. O Raul então ligou para o Wilson e discutiram as mudanças. Aí, ele entendeu a verdadeira história da letra. Os versos falavam de um sítio que dava várias frutas, como guabiraba. O Raul sugeriu mudar para ‘dos pés de guataiba’, que era uma guabiraba com pindaíba. O Raul inventou isso e amigos agrônomos até o alertaram, mas era só para rimar mesmo. O Wilson falava na letra do pai dele que estava preparando a terra para receber a plantação. Ele diz que ninguém deu ajuda para isso e reclama dos grileiros, que foram tomando conta da propriedade. A ditadura militar sabia que o pai do Aragão fazia oposição ao regime. A canção do Wilson era para desabafar sobre isso. Ele cita o presidente Ernesto Geisel no refrão. Outra parte fala sobre o gerente do banco, que não emprestou dinheiro para o pai fazer uma cerca. O pai dele foi até Brasília para reclamar, mas as autoridades fizeram pouco caso. No refrão, quando diz ‘cara de veado’, é uma referência ao Geisel. O Raul não sabia do conteúdo político da letra".
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Welcome to Rockville 2026 divulga line-up oficial
Os quatro maiores solos de guitarra de todos os tempos, segundo Carlos Santana
Pink Floyd disponibiliza versão integral de "Shine On You Crazy Diamond"
Bangers Open Air confirma Twisted Sister e mais 40 bandas para 2026
Cavaleras no último show do Sepultura? Andreas diz que chance é "50% sim, 50% não"
A banda norueguesa que alugou triplex na cabeça de Jessica Falchi: "Chorei muito"
"Come to Brazil" - 2026 promete ser um ano histórico para o rock e o metal no país
Site americano lista os 11 melhores álbuns de rock progressivo dos anos 1990
As 3 melhores músicas do Aerosmith de todos os tempos, segundo Regis Tadeu
O que Chorão canta no final do refrão de "Proibida Pra Mim"? (Não é "Guerra")
Extreme é confirmado no Monsters of Rock 2026 no Allianz Parque
Bono cita dois artistas que o U2 jamais vai alcançar; "Estamos na parte de baixo da escada"
As reações divergentes dos fãs ao anúncio do line-up do Bangers Open Air 2026
A banda que Lars Ulrich chamou de "o Black Sabbath dos anos 90"
A pior faixa de abertura gravada pelo Metallica, segundo a Metal Hammer
A versão original em inglês de "Maluco Beleza", segundo parceiro de Raul Seixas
Opus 666 - o disco internacional de Raul Seixas que foi gestado, mas não nasceu
O motivo que levou Jerry Adriani a se recusar a gravar clássico de Raul Seixas


