Ringo Starr, baterista dos Beatles, conta como foi o seu último encontro com John Lennon
Por André Garcia
Postado em 03 de dezembro de 2022
Ringo Starr foi o último integrante a entrar para os Beatles, substituindo Pete Best. No primeiro show que fez com eles no lendário Cavern Club, foi batizado pelos fãs de seu antecessor com gritos de "PETE PARA SEMPRE! RINGO NUNCA!" Mesmo assim, ele entrou para a história ao lado de John, Paul e George.
Em 31 de março de 1981, Ringo e sua esposa Barbara Goldbach deram uma entrevista no quintal de casa para Barbara Waters no programa 20/20. Entre outras coisas, ele falou sobre o último encontro que teve com seu amigo e colega John Lennon.
"Eu vi [John Lennon pela última vez] no dia 15 de novembro [menos de um mês antes de sua morte]. Eu estava hospedado no Plaza, estávamos passando um tempo em Nova Iorque, e eu não via ele há um tempo. Sabe, a gente se encontrava direto. Ele chegou com Yoko para ficar por uma hora, mas nos divertimos tanto que eles ficaram cinco horas."
"Não importava se a gente ficasse um ano sem se ver, era sempre legal quando conseguíamos. Aquela vez, em particular, nos divertimos muito — pelo menos eu."
"Eles estavam tão felizes. Eles eram duas pessoas que eram como uma só.
"Eu acredito que ele esteja bem, acredito que ele esteja em um bom lugar lá em cima. E me esperando chegar lá para tocar com aquela big band celestial, sabe? Gosto de acreditar que ele está lá em cima com Jimi Hendrix, Elvis e todos os outros.
Beatles
Pioneiro, John Lennon formou o The Quarrymen em 1956 — ano do lançamento do álbum de estreia de Elvis Presley, considerado o marco zero do rock. Paul McCartney se juntou a ele em 58, George Harrison em 59. Depois de trocar de nome várias vezes, em 1960 a banda adotou o definitivo: The Beatles.
Em ascensão então sem precedentes, eles conquistaram Liverpool em 62, a Inglaterra em 63 e os Estados Unidos e o mundo em 64, o ano da beatlemania. Após serem apresentados à maconha por ninguém menos que Bob Dylan, em meados da década o quarteto deu uma guinada em sua carreira, se afastando das canções pop e buscando fazer algo mais maduro.
Ao abandonar os shows ao vivo em 1966 — que, cada vez mais caóticos, chegaram a colocar a vida de seus membros em risco —, os Beatles puderam se dedicar integralmente às gravações. Com álbuns como "Revolver" (1966) e "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band" (1967), eles atingiram seu auge criativo abusando de instrumentos exóticos, experimentações sonoras e inovadoras técnicas de gravação. Não é por acaso que o "Sgt. Pepper's…" está entre os álbuns mais vendidos de todos os tempos.
Com o "White Album" (1968), por outro lado, eles já davam sinais de crescerem em direções diferentes, perdendo a unidade e coesão. A partir dali, cada vez mais a banda ficou pequena para os quatro. Insatisfeitos, para poderem fazer o que realmente queriam, tiveram que seguir caminhos separados após a gravação de "Abbey Road" (1969). O "Let it Be" (1970) já foi lançado como um trabalho póstumo.
Apesar de ter encerrado sua trajetória há mais de meio século, os Beatles seguem conquistando a novas gerações, e até hoje permanecem entre os nomes mais populares da música.
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