Vale a pena conhecer: Electric Capivara, Noa Leal e Sick Sick Sinners
Por André Garcia
Postado em 17 de janeiro de 2023
O rock não morreu — ele apenas se tornou menos óbvio. Se antigamente todas as bandas do mundo eram filtradas e nos trazidas de bandeja pelas rádios ou pela MTV, com a internet a coisa mudou. Hoje, para conhecer novas bandas o ouvinte tem que ir até elas, e para isso terá que encontrá-las em meio a todas as outras disputando espaço nos algoritmos, hashtags, redes sociais e serviços de streaming — bem-vindo ao admirável mundo novo!
Para facilitar um pouco essa dura missão, aqui vão três recomendações de bandas do underground nacional que estão pedindo passagem e que vale a pena conhecer: Electric Capivara (stoner forrock instrumental), Noa Leal (folk rock adult contemporary) e Sick Sick Sinners (psychobilly punk metal).
Electric Capivara
Formado recentemente, em 2022, é composto por Leonardo Vannucci (guitarra), Leandro Sbeguen (baixo e tank drum) e Gustavo Gumerato (bateria).
Seu som é, à primeira "vista", um forrock, mas não pense em Raimundos. A banda, com habilidade musical e bom humor, mescla Luiz Gonzaga com elementos de stoner rock que vão de Jimi Hendrix a Black Sabbath, passando pela psicodelia setentista de bandas como Pink Floyd. Por ser instrumental, lembra também a Joe Satriani e Steve Vai das antigas — quando eles soavam mais divertidos. O lance de misturar forró com rock não é um fim em si para a banda, e sim um meio para chegar a algo. Ou melhor, um ponto de partida. Recomendado a quem quer ouvir algo que desafie seus (pré)conceitos, sem exigir que você seja um crítico musical.
Já está disponível nas plataformas de streaming três singles, todos retirados de seu álbum de estreia "Bpc"(2022). Gravado quase que inteiramente ao vivo no estúdio em junho, foi lançado em 11 de novembro último.
Onde encontrar:
https://linktr.ee/electric.capivara
Noa Leal
A pandemia impôs a muitos sair de sua zona de conforto. O cantor e compositor Noa Leal lidou com isolamento social por meio da música, se lançando em carreira solo com o material que produzido na quarentena.
Seu som é um rock bem folk com uma pegada ligeiramente adult contemporary. O vocal me lembra Renato Russo e Frejat, enquanto as melodias me lembram Cat Stevens e Nick Drake, e a produção, caprichada, me lembra a fase mais madura de Eric Clapton e Pink Floyd sem Roger Waters. Indicado a quem está em busca de algo mais contemplativo e menos festivo — algo para acompanhar um vinho.
Já está disponível nas plataformas de streaming seu álbum de estreia, o EP "Luz, Ainda Que Tardia" (2022). Lançado no último dezembro, é composto por quatro faixas gravadas entre outubro e novembro com produção e arranjo de Eduardo Kusdra.
Onde encontrar:
https://www.instagram.com/noa.leal/
Sick Sick Sinners
Formada em 2005 em Curitiba, é composta pela união dos ex-Os Capalépticos Vlad Urban (guitarra e vocal) e Ricardo "Mutant Cox" (baixo e vocal) com Celso Costa (bateria e vocal).
Seu som é definido por eles próprios como psychobilly maldito. De fato, é difícil definir a banda utilizando rótulos convencionais. Esbanjando personalidade própria, me soa como uma mistura de Johnny Cash e surf music com Misfits e um toque de Metallica no "Kill'em All". Gostei do timbre seco utilizado pelo baixo acústico, que dá a ele um toque quase percussivo, enquanto a guitarra emite aquela distorção chiada dos primeiros discos do Ramones. Há algo me remete também a filmes de faroeste.
Está disponível nas plataformas de streaming sua discografia, até o momento constituída pelos álbuns "Road of Sin" (2008) e "Unfuckingstopable"(2008), bem como o EP "Bloody Heritage" (2018).
Onde encontrar:
https://linktr.ee/sicksicksinners
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