O creme facial que inspirou um dos maiores clássicos da história dos Beatles
Por Gustavo Maiato
Postado em 24 de outubro de 2023
"Eleanor Rigby" é uma canção icônica dos Beatles, lançada no álbum "Revolver" em 1966. Escrita por Paul McCartney, a música destaca-se por sua melodia melancólica e letras que exploram diversos temas pessoais.
Em um recente episódio de seu podcast, "A Life In Lyrics" (transcrição da Far out), Paul McCartney aprofundou-se na inspiração por trás da letra da música "Eleanor Rigby" dos Beatles, destacando o impacto de sua mãe nas palavras marcantes da canção.
Explicando a origem do título, McCartney falou sobre o poeta irlandês Paul Muldoon: "Há um túmulo no qual John e eu andávamos sem parar, falando sobre nosso futuro. E há um túmulo lá [com o nome Eleanor Rigby]. Não me lembro de ter visto esse túmulo, mas sugeriram-me que psicologicamente eu o teria visto."
Discutindo a icônica linha "Usando um rosto que ela guarda em um pote junto à porta", McCartney revelou a conexão pessoal com sua mãe. Ele afirmou: "O creme favorito da minha mãe era o Nivea, e eu o amo até hoje. Isso me assustava um pouco, que as mulheres usassem tanto creme."
McCartney continuou, revelando uma preocupação pessoal: "Era meu medo, quando envelheci e casei, de que eu me casaria com alguém que [usasse muito creme frio] e colocasse uma daquelas grandes toucas de banho e os rolos e tivesse uma quantidade enorme de coisas. Isso ficava na minha mente, então ela está usando um rosto que ela guarda em um pote junto à porta."
Curiosidades sobre os Beatles
Conforme explica matéria de André Garcia, quando os Beatles conquistaram a Inglaterra em 1963, eles já eram reconhecidos por seu distintivo corte de cabelo, ternos elegantes e, curiosamente, por seus enérgicos "yeahs". Essa peculiaridade atingiu seu ápice em "She Loves You", uma música que apresenta incríveis 28 repetições desse característico "yeah".
A composição dessa peça icônica ocorreu na casa do pai do baixista, Jim McCartney, com John Lennon e Paul McCartney trabalhando juntos. A empolgação da dupla foi compartilhada com Jim, um músico de jazz. No entanto, a resposta de Jim, conforme relatado na biografia "Many Years From Now" por Barry Miles, foi intrigante. Embora tenha aprovado a melodia, ele desaprovou o "yeah" como um americanismo desnecessário. Paul recorda o momento: "Não, pai, você não está entendendo nada!"
Norman Smith, engenheiro de som que trabalhava com o produtor George Martin na época, confessou que inicialmente não se empolgou com "She Loves You" ao ler a letra. Contudo, ao ouvir a performance dos Beatles, sua opinião mudou drasticamente. "Eu estava no mixer muito animado."
George Martin, por sua vez, lembrou-se de uma peculiaridade na composição. Durante o ensaio da música, o acorde final, uma sexta maior, intrigou-o. Lennon e McCartney insistiam que era algo revolucionário, mas Martin sabia que isso não era verdade. Mesmo assim, "She Loves You" permaneceu como uma peça de inovação musical, desafiando convenções e conquistando corações, inclusive dos inicialmente céticos, como Norman Smith e George Martin. O "yeah" incessante se tornou não apenas uma característica marcante, mas também um símbolo da criatividade audaciosa dos Beatles.
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