Geddy Lee relembra como o surgimento do punk acabou ajudando à fase progressiva do Rush
Por André Garcia
Postado em 19 de julho de 2024
Quando surgiu em meados dos anos 70, o niilista e cáustico movimento punk tinha como objetivo romper com tudo que remetesse à geração anterior. Os utópicos ideais do movimento hippie e o excessivamente pretensioso rock progressivo foram os alvos principais.
O rock progressivo, que chegou ao auge no começo da década de 70 com nomes como King Crimson, Yes e Genesis, em 1975 já dava claros sinais de decadência quando o Rush resolveu entrar na brincadeira. Dessa forma, quando o punk dominou a Inglaterra em 1977, Rush e Pink Floyd eram duas das poucas bandas que ainda representavam o gênero.
Em entrevista de novembro de 2023 para o The Guardian, o frontman do Rush, Geddy Lee, relembrou onde a banda estava quando descobriu os Sex Pistols — e revelou de que forma o surgimento do punk acabou favorecendo a eles:
"Lembro com carinho [do surgimento do punk] porque a gente estava mixando um álbum ['A Farewell to Kings'] em Londres quando os Sex Pistols passaram na televisão. Foi fascinante ver aquilo! Ao mesmo tempo, o estilo de três acordes daquelas bandas fazia a gente parecer Beethoven; então, de certa forma, o movimento punk legitimou nossa capacidade de tocar estruturas mais complexas. [E na época] eu estava totalmente a favor daquilo".
Após o surgimento e o domínio do punk, o Rush ainda lançou aquele que talvez tenha sido seu álbum mais progressivo, "Hemispheres" (1978). A partir dali, com "Permanent Waves" (1980) e "Moving Pictures" (1981) a banda adotou estruturas musicais mais curtas e amigáveis com as rádios, inspirada pelo sofisticado new wave do The Police.
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