Porque o AC/DC desprezava completamente a ideologia do Punk
Por Bruce William
Postado em 19 de janeiro de 2025
O AC/DC emergiu nos anos 1970 com uma missão clara: devolver o "roll" ao rock 'n' roll. Em uma época em que o gênero havia se tornado excessivamente pomposo e desconectado de suas raízes, a banda australiana trouxe energia crua e groove para um estilo que consideravam desgastado. Inspirados por pioneiros como Chuck Berry e Muddy Waters, criaram um som direto, sem frescuras, que rejeitava tanto os excessos de bandas como Led Zeppelin quanto a abordagem politizada do Punk.
Embora fossem muitas vezes colocados como "os expoentes mais divulgados do Punk Rock na Austrália", o Punk e o AC/DC estavam, na verdade, em lados opostos de uma mesma moeda. Apesar de ambos reagirem contra o rock mainstream, o que os movia eram motivos bem diferentes. Enquanto o Punk era visto como um grito de revolta anárquico, o AC/DC buscava apenas celebrar a essência simples e despretensiosa do Rock.
Essa distinção ficou evidente quando Bon Scott, em entrevista ao programa Countdown em 1977, rejeitou a associação da banda ao movimento Punk: "Temos nossos seguidores, que não são Punk ou New Wave... são apenas pessoas que curtem Rock." Ele chegou a ironizar o Punk como uma grande moda passageira e afirmou que o público estava faminto por algo mais substancial que slogans como "Anarquia e estupro!"
Angus Young, por sua vez, foi mais direto em uma entrevista resgatada pela Far Out ao criticar a falta de conexão que sentia com o Punk: "Gostávamos de Chuck Berry. E Berry cantava sobre carros, mulheres e festas. Isso, para nós, era Rock 'N' Roll. [Os Punks] estavam presos em vender anarquia, como algo político. Para ser honesto, a primeira vez que ouvi a palavra 'anarquia', tive que pegar um dicionário para entender o que era aquela merda", disse Angus, deixando claro que ele considerava o movimento espiritualmente vazio, tão distante de sua visão do Rock quanto os excessos dos Rockstars da época.
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