O clássico de Eric Clapton que ele confessou não conseguir cantar e tocar ao mesmo tempo
Por André Garcia
Postado em 15 de fevereiro de 2025
Cantar e tocar nem sempre é uma tarefa tão fácil quanto James Hetfield e Dave Mustaine fazem parecer. Quer dizer, tocando acordes não é tão difícil, mas cantar enquanto toca um riff… aí a coisa muda de figura!
O guitarrista e vocalista Eric Clapton não tem problema em tocar e cantar suas músicas, mas tem uma delas, um de seus maiores clássicos, que ele não consegue.
Eric Clapton - Mais Novidades

Em trecho de entrevista dos anos 80 disponível no YouTube, Clapton é perguntado numa coletiva de imprensa se era verdade que ele não conseguia cantar e tocar "Layla" ao mesmo tempo:
"É verdade, eu não consigo! E é só [riff] 'da-da-da-da-da-da' e 'Layla!'"
Após a risada de incredulidade da repórter o guitar hero acrescentou:
"Se eu realmente me esforçasse para isso eu até conseguiria, eu acho. Mas eu ficaria maluco tentando fazer isso!"
Mas por que ele tem dificuldade para cantar e tocar algo tão simples enquanto ele o faz em músicas mais complexas? A resposta está na gravação da tal faixa.
Durante a produção de "Layla and Other Assorted Love Songs" (1971), o único álbum do Derek and the Dominos, Duane Allman, guitarrista do Allman Brothers Band, apareceu no estúdio quando "Layla" estava sendo gravada e acabou se juntando à banda em uma participação para lá de especial.

A música havia sido composta por Clapton como uma balada (como ela se tornaria anos depois em versão acústica), mas acabou virando um rock quando Duane entrou com seu inesquecível riff de guitarra.
Eis o motivo de Clapton não conseguir cantar e tocar: por se tratar de um riff de outra pessoa, acaba que ele atrapalha sua "coordenação motora" musical.
Uma curiosidade extra é que o riff de Duane não seguiu o tom da música, e por isso o primeiro acorde da estrofe representa uma mudança abrupta do tom do riff para o tom da música.
Você pode até, assim como eu, não ter ouvido musical e entender dessas coisas; mas com certeza seus ouvidos sentiram intuitivamente a guinada musical dada assim que entra o vocal.

Eric Clapton gostou do riff que nem quis adaptar ele à música, preferiu deixar como foi espontaneamente feito mesmo. Uma sábia decisão. Na música muitas vezes a magia de uma faixa é efêmera e pode simplesmente evaporar se você mexer em uma coisinha que seja.
Confira abaixo o Slow Hand tocando "Layla" ao vivo no Royal Albert Hall com orquestra em 1991. Se você reparar, no refrão ele toca metade o riff e metade a base, em power chords, e mesmo assim ele (quase) sempre deixa o "Layla" para as backing vocals:

Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps