O álbum do Guns N' Roses recusado por Axl, mas que acabou saindo sob outro nome
Por Bruce William
Postado em 23 de maio de 2025
Durante os anos 1990, o Guns N' Roses viveu um processo lento de desintegração. Axl Rose assumiu o controle total da banda após "Use Your Illusion", e com o tempo, passou a ser visto por muitos como um obstáculo criativo. Vários membros começaram a sair — primeiro Izzy Stradlin, depois Slash e Duff McKagan. O clima de banda unida já tinha virado coisa do passado.
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Foi nesse contexto que Slash decidiu lançar o primeiro disco do projeto Slash's Snakepit, "It's Five O'Clock Somewhere", em 1995. O guitarrista ainda fazia parte oficialmente do Guns, mas já buscava uma saída criativa fora do alcance de Axl. O disco tinha exatamente o que os fãs esperavam: rock direto, riffs sujos e solos típicos da era Appetite, como se fosse uma continuação natural.
Muitos fãs consideram esse disco como um "álbum perdido" do Guns N' Roses — e o próprio Axl Rose reconheceu essa percepção, mas não sem deixar claro que discordava completamente do projeto. "O que as pessoas não sabem é que o disco do Snakepit é o álbum do Guns N' Roses. Eu simplesmente não faria... Eu não acreditava naquilo", declarou Axl em entrevista de 1999 à MTV, resgatada pela Far Out.

Para ele, o trabalho precisava de mais desenvolvimento. "Achei que havia riffs e ideias que precisavam ser melhor trabalhadas. Acho que estou com o público nessa", disse, em tom dúbio — como se tentasse justificar tanto sua recusa quanto o distanciamento do próprio público que já não sabia o que esperar da banda.
Enquanto Axl mergulhava cada vez mais nas experimentações eletrônicas que culminariam em "Chinese Democracy", Slash parecia o único interessado em manter vivo o espírito original da banda. Faixas como "Beggars & Hangers-On" mostravam potencial de sobra — e muita gente se pergunta até hoje como teriam soado com a voz de Axl.
Mas Axl preferiu não se envolver. Sua recusa em seguir com o projeto acabou empurrando Slash para longe de vez, e o Snakepit, mesmo com recepção mista, serviu como passo intermediário para o que viria depois: o Velvet Revolver, com Scott Weiland nos vocais e um som mais direto, voltado para o que o público pedia.

No fim das contas, o disco recusado por Axl pode não ter sido um sucesso absoluto, mas mostrou que Slash ainda sabia como entregar rock sem enrolação. Enquanto isso, o Guns ficava parado — esperando por um álbum que levaria mais de uma década para sair.
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