O cantor que Elvis Presley sabia que não igualaria; "O rock já existia muito antes de mim"
Por Bruce William
Postado em 13 de agosto de 2025
No fim da década de 1950, Elvis Presley já era chamado de "Rei do Rock", mas ele próprio sabia que o gênero não havia nascido com ele. Antes dos figurinos chamativos e das apresentações que mudaram o show business, o rock and roll já ecoava nos Estados Unidos, fruto de uma fusão entre o blues e o rhythm and blues que vinha sendo moldada por artistas pouco reconhecidos na época.
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O blues tinha raízes que remontam à Guerra Civil Americana, mas floresceu nas décadas de 1920 e 1930, mantendo-se à margem do mainstream em razão do racismo institucionalizado. O rhythm and blues surgiu nos anos 1940 e só atingiu grande público no fim da década seguinte. Foi dessa base, criada majoritariamente por músicos negros, que nasceu o rock and roll, e nomes como Big Mama Thornton e Fats Domino já estavam escrevendo sua história antes de Presley entrar em estúdio.
Como relembra a Far Out, um dos maiores exemplos é "Hound Dog", gravada originalmente por Big Mama Thornton e praticamente ignorada pelo grande público até ser regravada por Elvis. Já Fats Domino, pianista e compositor, foi responsável por canções fundamentais para a formação do rock, como "The Fat Man", de 1949, considerada por muitos uma das primeiras gravações do gênero.

Em entrevista à revista Jet em 1957, Presley reconheceu essa influência sem hesitar: "O rock and roll já estava aqui muito antes de eu aparecer. Vamos encarar os fatos. Eu não consigo cantar como Fats Domino. Eu sei disso." A frase deixava clara a admiração pelo músico, cuja importância histórica ele nunca deixou de ressaltar.
Apesar de ter sido decisivo para o desenvolvimento do rock, Fats Domino enfrentou barreiras que impediram seu alcance comercial de rivalizar com o de artistas brancos. Sua canção "Ain't That a Shame" chegou ao top 10 nos Estados Unidos, mas uma versão de Pat Boone alcançou o primeiro lugar, favorecida por estações de rádio que, em plena era da segregação, davam prioridade a intérpretes brancos.

Anos depois, quando Elvis e Fats Domino se encontraram no fim da década de 1960, o "Rei do Rock" reforçou diante da imprensa quem ele via como verdadeiro soberano do gênero. Ao apontar para o pianista e chamá-lo de "o verdadeiro rei do rock and roll", Presley reconheceu que sua própria trajetória estava profundamente ligada ao talento e à contribuição de artistas que abriram caminho antes dele.

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