Por que Robert Plant não toca hits do Led Zeppelin na banda nova, segundo o próprio
Por Gustavo Maiato
Postado em 14 de agosto de 2025
O Led Zeppelin deixou um legado repleto de músicas icônicas, de "Stairway to Heaven" a "Immigrant Song". Mas, para Robert Plant, revisitar esses clássicos não é prioridade. Em sua nova banda, Saving Grace, o vocalista prefere incluir no repertório faixas menos óbvias como "Friends", "Four Sticks" e "The Rain Song" — deixando de lado os maiores sucessos.
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Em entrevista à Mojo Magazine, Plant afirmou que o fascínio pelo repertório mais conhecido faz o público ignorar verdadeiras pérolas da discografia: "Quais foram os hits? Como eles se relacionam com o presente, onde se encaixam? Eles se encaixam como uma espécie de memória… Quando dizem que eu não gosto de ‘Stairway to Heaven’, na verdade eu não gosto da ideia dela. Essas coisas icônicas são apenas o que são."
O cantor destacou faixas que considera injustamente esquecidas: "A maioria das pessoas perdeu algumas das melhores coisas do Zeppelin. ‘For Your Life’, do Presence. ‘Achilles Last Stand’! P*** que pariu. É extraordinário que três pessoas e um cantor consigam fazer isso."

Plant ainda elogiou o entrosamento entre John Paul Jones e John Bonham, especialmente em "For Your Life", descrevendo o resultado como "insano". Ele reforçou que a essência da banda nunca foi tocar "por tocar":
"Suponho que fazer só por fazer nunca foi o que o Zeppelin representava. E no tributo a Ahmet [Ertegun], isso apareceu. Sem John [Bonham], mas apareceu. Foi um bom estudo. O cheiro de medo naquele palco foi notável. Porque já fomos caóticos às vezes e ótimos em outras. É assim que deve ser quando você corre riscos."
Robert Plant e Saving Grace
Com o fim da turnê de 2024 ao lado de Alison Krauss, Plant voltou sua atenção integral à Saving Grace, projeto iniciado em 2019. O primeiro álbum, autointitulado, será lançado em 26 de setembro, e o single de estreia, "Everybody’s Song", já está disponível. A banda embarca em turnê pelos EUA a partir de 30 de outubro, com show de abertura em Wheeling, West Virginia.

Em entrevista à Rolling Stone, Plant relembrou a formação do grupo, que nasceu de sua convivência no campo, na região das fronteiras galesas — local que ele chama de The Shire. "Sempre foi uma parte muito importante de quem eu sou, mas eu nunca tinha conseguido transferir meu entusiasmo pela música do lugar de onde vim", disse.
A conexão surgiu com o músico Matt Worley, com quem Plant compartilhou referências de folk inglês e irlandês. "Encontrar alguém que entendesse as minhas inspirações sem me olhar com cara de interrogação foi fundamental. Começamos a reunir músicas com o Matt e o Tony Kelsey, e a coisa tomou forma", contou.

O diferencial, segundo Plant, foi a chegada da vocalista Suzi Dian. "Ela tinha um frescor e uma maneira de interpretar que eu não poderia ter imaginado há muito tempo. É uma combinação natural", afirmou. A parceria também inclui o baterista Oli Jefferson, marido de Suzi. "Ela vem de um universo de canções que eu não tinha experimentado. Tivemos que nos adaptar um ao outro, e funcionou."

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