A frase polêmica de Dave Mustaine que fez Marty Friedman deixar Megadeth
Por Gustavo Maiato
Postado em 14 de agosto de 2025
No final dos anos 1990, o Megadeth viveu um dos períodos mais turbulentos de sua trajetória. Com o lançamento de "Risk" (1999), a banda se afastou de suas raízes do thrash metal e adotou uma sonoridade mais melódica e voltada para o rádio — movimento que, visto em retrospecto, muitos fãs e críticos consideram um erro. O álbum teve desempenho comercial fraco e, na turnê subsequente, ficou claro que as novas músicas não estavam funcionando ao vivo.
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David Ellefson, baixista e cofundador do grupo, relembrou no The David Ellefson Podcast (via Ultimate Guitar) que a reação fria do público foi evidente desde o início. "Essas músicas não funcionavam com a nossa audiência. A gente começou tocando cinco no setlist, depois caiu para três, depois para uma", contou. Além disso, a banda se viu se apresentando em clubes e casas menores do que estava acostumada, o que aumentava a sensação de que algo estava errado. "Era tudo na direção errada."

A saída de Marty Friedman do Megadeth
O ponto de ruptura veio em uma noite durante a turnê, após um show no Crocodile Rock, na Filadélfia. "Estamos saindo de lá, conversando no lounge da frente do ônibus, indo para Myrtle Beach. E o Dave [Mustaine] diz: ‘Isso não está funcionando. Temos que voltar a ser uma banda de thrash’", lembrou Ellefson.
Foi então que Marty Friedman, guitarrista solo do Megadeth desde 1990, respondeu de forma seca: "Se for para sermos uma banda de thrash, eu tô fora". O silêncio que se seguiu deixou claro o peso da declaração. "Ele disse ‘Não quero fazer. É isso’. Virou, fechou a porta e foi dormir."

Ellefson recorda que o clima entre ele, Mustaine e o baterista Jimmy DeGrasso ficou estranho. "Ficamos pensando: vamos mesmo voltar atrás depois de ‘des-thrashear’ a banda? E se parecer falso? E se for só uma tentativa de reescrever aquele riff de Rust in Peace?" No dia seguinte, Friedman confirmou a Ellefson que estava deixando o Megadeth.
O guitarrista, anos mais tarde, admitiria que atravessava um momento difícil, marcado por ataques de pânico e comportamento imprevisível. Sua saída abriu espaço para a entrada de Al Pitrelli, e o Megadeth retomou o peso com "The World Needs a Hero" (2001), trabalho que, embora subestimado, marcou a volta a uma pegada mais agressiva.

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