O brutal show de metal onde Rick Rubin quase morreu; "Ficamos presos e sufocando"
Por Bruce William
Postado em 17 de maio de 2025
Rick Rubin é um dos maiores produtores da história, mas sua trajetória é cheia de eventos improváveis. No início dos anos 1980, ele já havia revolucionado o hip-hop ao co-fundar a Def Jam e lançar Public Enemy e Beastie Boys. Ainda assim, seu coração estava no rock. Quando ouviu falar de uma nova banda da Califórnia que misturava a fúria do punk com o peso do metal, ele foi conferir pessoalmente. O nome era Slayer.
A banda já tinha dois álbuns, incluindo "Hell Awaits", e começava a ganhar notoriedade na cena underground. Rubin ficou fascinado com a intensidade dos shows ao vivo. Segundo ele, não era apenas música — era um tipo de energia destruidora que não se via em nenhum outro lugar. Ao assistir a um show no lendário clube L'Amour, no Brooklyn, ele entendeu o que o Slayer era capaz de provocar. E quase não saiu vivo de lá.


Rubin relembrou a experiência em entrevista à Revolver. "Eu estava atrás da mesa de som, contra uma parede no fundo do salão", contou, de acordo com reprodução publicada na Far Out. "A banda começou a primeira 'música' e a plateia enlouqueceu. A mesa de som, que era pesada e enorme, foi empurrada para trás. Eu e o técnico de som ficamos prensados contra a parede, com os botões enfiados nas laterais do rosto. Ficamos presos e sufocando". Por sorte, os dois saíram ilesos.

Aquela violência crua, canalizada pelo público, foi o que Rubin quis capturar no estúdio. Ele não queria só um álbum — queria registrar aquela descarga de adrenalina, caos e brutalidade. O resultado foi "Reign in Blood", lançado em 1986, com pouco mais de 28 minutos de pura agressividade. Considerado um marco do thrash metal, o disco ajudou a definir o som do Slayer e mostrou o que Rubin podia fazer fora do hip-hop.
Desde então, Rick Rubin seguiria envolvido com nomes do metal e do rock, mas aquele primeiro contato com o Slayer foi decisivo. Não só selou sua entrada no gênero pesado como também mostrou que ele estava disposto a ir longe — até mesmo ser esmagado contra uma parede — para entender o que fazia uma banda soar como nenhuma outra.

E, de certa forma, essa foi a assinatura dele desde sempre: encontrar o caos bruto e transformá-lo em algo impossível de ignorar.
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