Joey Ramone elegeu o disco mais importante dos Beatles, a joia mais valiosa da discografia
Por Bruce William
Postado em 15 de junho de 2025
Quando Joey Ramone falava dos Beatles, sua escolha favorita costumava pegar todo mundo de surpresa. Enquanto muitos fãs discutem quais discos são os mais inventivos ou sofisticados, ele preferia enxergar as coisas de forma mais crua e objetiva, exatamente como fazia na própria música.
Pra ele, o valor de um álbum não estava só no som polido ou nas experimentações de estúdio, mas em algo mais direto: o impacto que ele causou quando surgiu. Em entrevista à revista The Face em 1981 (via Far Out), Joey comentou que ouvia os discos que, na visão dele, realmente mudaram alguma coisa, não necessariamente os mais bonitos ou bem gravados.


Nesse papo, explicou que muitas bandas acabam esgotando suas ideias com o tempo, mas algumas obras marcam porque capturam o momento exato em que tudo começou a acontecer. Com os Beatles, não foi diferente: mesmo com discos gigantes lançados depois, Joey apontava outro como o mais relevante.
"Veja os Beatles", comentou. "Eu poderia ter citado 'Help!' ou 'Beatles For Sale', mas acho que o primeiro foi o mais importante. Assim como o nosso primeiro álbum foi o mais importante", disse, de forma taxativa: para ele, "Please Please Me" era a joia mais valiosa da discografia. Não só pela música - que ainda estava longe das experimentações psicodélicas - mas porque capturava um momento único, o exato ponto em que quatro garotos de Liverpool deixaram de ser apenas mais uma banda para se tornarem um fenômeno mundial.

Enquanto uns apostariam em "Revolver", "Rubber Soul" ou "Abbey Road", Joey preferia olhar pra trás e destacar aquele disco que escancarou o potencial da banda pro mundo todo: uma coleção de canções simples, gravadas rápido, mas carregadas de urgência e energia juvenil. Para ele, era esse registro que melhor representava a faísca que viria a explodir em uma revolução cultural. No fundo, Joey sabia que às vezes o primeiro passo, mesmo imperfeito, carrega uma força que nenhum clássico posterior consegue imitar.
Assim como o debut dos Ramones marcou o punk sem retoques, Joey via no primeiro disco dos Beatles aquela urgência juvenil impossível de replicar depois. E mesmo quem prefere outros álbuns acaba concordando, no fundo: o começo, quando é de verdade, tem um brilho que nenhum estúdio polido consegue fabricar de novo.

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