O clássico do rock dos anos 1990 que gravadora quis cortar os 17 palavrões da letra
Por Gustavo Maiato
Postado em 21 de julho de 2025
Ao longo da história do rock, é comum que grandes clássicos nasçam de situações inusitadas — e muitas vezes subestimadas. Algumas das músicas mais emblemáticas do gênero quase não viram a luz do dia por decisões criativas, falta de confiança ou simples acaso. Foi o que aconteceu com "Killing in the Name", primeiro grande sucesso do Rage Against The Machine, lançado em 1992.
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Em entrevista ao programa House of Strombo (via Ultimate Guitar), apresentado por George Stroumboulopoulos, o guitarrista Tom Morello revelou que a faixa estava "enterrada" na fita demo que a banda enviou para as gravadoras. "Era a sexta música da demo. A primeira vez que ela veio à tona foi por causa do Michael Goldstone, o A&R que era praticamente o quinto Beatle da banda", contou Morello. Segundo ele, foi Goldstone quem sugeriu que a música fosse o primeiro single — com uma condição: que os palavrões não fossem censurados. "Dezesseis 'fuck you' e um 'motherfucker'. Nós não vamos editar, e vamos mandar isso pra rádio. Eu lembro de estar no escritório da Epic e perguntar: ‘Vocês querem isso?’", relembrou.

Apesar do impacto posterior da canção, a decisão de lançá-la como carro-chefe não partiu dos integrantes. "Queria poder dizer que foi ideia da banda, mas não foi. Existia um entendimento de que o que era confrontacional era o que funcionava", admitiu. E quando alguém do meio sugeriu suavizar a parte mais agressiva da música, Morello foi categórico: "Isso é ótimo. Quando você montar sua banda, você faz essa parte mais suave. Aqui vai ser como é".
O riff icônico da música também teve uma origem pouco ortodoxa. "Eu criei aquele riff durante uma aula de guitarra que estava dando pra um guitarrista de Hollywood, explicando afinação em Drop D. Estava tocando num baixo e achei o som interessante. Gravei num gravadorzinho da Radio Shack e, no dia seguinte, levei pro ensaio", contou. O resultado foi uma das linhas de guitarra mais reconhecíveis do rock contemporâneo, usada em um hino que mistura crítica social, agressividade e musicalidade singular.

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