Rage Against the Machine publica manifesto contra políticas anti-imigração dos EUA
Por João Renato Alves
Postado em 26 de junho de 2025
O Rage Against The Machine emitiu duras críticas a políticos americanos, tanto do Partido Republicano quanto do Democrata, sobre o recente aumento nas operações do ICE (Departamento de Imigração e Alfândega) autorizadas pelo governo Donald Trump.
Em 20 de janeiro deste ano, a Casa Branca declarou novas medidas para "Proteger o Povo Americano Contra Invasões", alegando que "milhões de estrangeiros ilegais" entraram nos Estados Unidos ao longo dos quatro anos da presidência de Joe Biden e que "muitos desses estrangeiros ilegalmente nos Estados Unidos representam ameaças significativas à segurança nacional e pública, cometendo atos vis e hediondos contra americanos inocentes".


Desde então, houve um aumento nas atividades destinadas a identificar, deter e deportar. Nas últimas semanas, houve uma reação negativa entre as comunidades de imigrantes, com Trump ordenando que a Guarda Nacional fosse a Los Angeles para reprimir os protestos, contra a vontade do governador democrata do estado, Gavin Newsom.
Em uma mensagem publicada em sua página do Instagram, o grupo afirmou que os dois principais partidos políticos do país são responsáveis pelo clima generalizado de medo e intimidação resultante do aumento das batidas do Serviço de Imigração e Alfândega em residências, faculdades e locais de trabalho.

"Nos Estados Unidos, os dois principais partidos são responsáveis pelas políticas militarizadas de fronteira que visam e criminalizam migrantes e refugiados.
Ambos travam guerras e impõem políticas econômicas destrutivas que resultam diretamente na migração de pessoas em busca de segurança e asilo.
Após o 11 de setembro, o orçamento para o Serviço de Imigração e Alfândega (ICE) e para o Serviço de Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP) aumentou quase 300%.
Isso intensificou o terror racista em comunidades que já sofrem com a separação de famílias, detenção, deportação e o uso de "prisões digitais" por meio de monitoramento eletrônico.
Nenhum governo em terras roubadas deve ter o poder de decidir quem é ‘legal’ e quem é ‘ilegal’, ou quem vive e quem morre."

Atualmente em um novo hiato na carreira, o Rage Against the Machine é o inimigo número 1 de quem acredita que música e política não se misturam. Desde seu primeiro álbum, a banda jamais escondeu seu engajamento. No disco em questão, os ativistas Bobby Sands, membro do Exército Republicano Irlandês Provisório e Huey P. Newton, fundador do Partido dos Panteras Negras, são listados nos agradecimentos pela inspiração.
No encarte do segundo trabalho de estúdio, "Evil Empire" (1996), o quarteto incluiu uma lista de livros indicados para quem desejasse conhecer a ideologia dos músicos de forma mais clara. Foram eles:
A Guerra de Guerrilhas – Che Guevara
A People’s History of the United States – Howard Zinn
Agora e Depois: O ABC do Anarquismo Comunista – Alexander Berkman
Ao Vivo do Corredor da Morte – Mumia Abu-Jamal
As Vinhas da Ira – John Steinbeck
Homem Invisível – Ralph Ellison
Johnny Vai à Guerra – Dalton Trumbo
Manufacturing Consent: The Political Economy of the Mass Media – Edward S. Herman e Noam Chomsky
O Capital, Volume 1 – Karl Marx
O Livro de Receitas do Anarquista – William Powell
O Zero e o Infinito – Arthur Koestler
Os Condenados da Terra – Frantz Fanon
Retrato do Artista Quando Jovem – James Joyce
Revolutionary Suicide – Huey P. Newton
Rules for Radicals – Saul D. Alinsky
Soledad Brother: The Prison Letters of George Jackson – George Jackson
Soul On Ice – Eldridge Cleaver
Terra Estranha – James Baldwin
Walden ou A Vida nos Bosques e A Desobediência Civil – Henry David Thoreau

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