As duas bandas clássicas que Kurt Cobain odiava por causa das letras sexistas
Por Bruce William
Postado em 03 de julho de 2025
Kurt Cobain cresceu ouvindo o som pesado de bandas como Led Zeppelin e AC/DC. Mesmo admirando os riffs e as melodias, algo nas letras sempre incomodou, e esse incômodo foi se tornando mais claro à medida que ele amadurecia. Anos depois, ele seria direto ao explicar por que se afastou do conteúdo de algumas dessas bandas: "Demorei muitos anos pra perceber que muito daquilo tinha a ver com sexismo. O jeito como eles só escreviam sobre seus paus e fazer sexo. Eu estava começando a entender o que realmente estava me irritando tanto naqueles últimos anos do colégio."
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A crítica de Cobain não foi pontual. Segundo Danny Goldberg, empresário do Nirvana, isso fazia parte de sua essência como artista. "Ele gostava da música. Ele gostava da musicalidade do Led Zeppelin e do AC/DC. Mas as letras não eram algo com que ele se sentia confortável, exatamente pelo motivo que você disse." A declaração foi feita em entrevista à Forbes, onde ele reforça que o desconforto não vinha de um lugar moralista, mas de alguém que se opunha com firmeza a qualquer forma de preconceito.
Cobain se alinhava naturalmente com os valores do punk, não apenas na sonoridade, mas na atitude, pontua a Far Out. Desde jovem, se posicionava contra homofobia, racismo e machismo. Não via sentido em continuar cultuando o discurso de bandas que, para ele, representavam justamente o oposto do que acreditava. "Ele definitivamente se identificava culturalmente com os valores das comunidades punk", afirmou Goldberg. "Eles estavam se rebelando não só contra [o então presidente] Reagan, mas também contra o que a própria indústria da música produzia."

Essa visão tornou Cobain um ponto fora da curva dentro do rock. Em vez de se moldar aos ídolos do passado, ele preferiu desafiá-los, inclusive quando isso significava se afastar dos gigantes do gênero. Gostar das melodias, mas rejeitar o conteúdo, era uma forma de romper com o conformismo e afirmar um novo tipo de postura. No caso de Kurt, a música era apenas uma parte da equação. A outra parte era o que se dizia com ela, e isso, para ele, importava ainda mais.

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