As duas músicas rejeitadas pelos Beatles que se tornaram clássicos de John Lennon
Por Bruce William
Postado em 13 de agosto de 2025
No fim dos Beatles, a convivência criativa entre John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr estava desgastada. A troca de ideias havia dado lugar a discussões sobre o rumo de cada composição, e o clima de aprovação coletiva, comum nos primeiros anos, já não existia. Nesse cenário, algumas canções de Lennon não chegaram a ser aproveitadas pelo grupo e só ganhariam vida em sua carreira solo.
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O álbum "Plastic Ono Band", lançado em 1970, marcou essa ruptura. Com letras diretas e emotivas, Lennon se distanciou do formato pensado para agradar o grande público. Entre desabafos como "Working Class Hero" e momentos mais delicados como "Love", ele sinalizou que não estava mais interessado em seguir aquelas fórmulas já desenvolvidas poucos anos antes. Ainda assim, algumas músicas compostas na época dos Beatles permaneceram guardadas, e entre elas "Jealous Guy" e "Gimme Some Truth."
Conforme relata a Far Out, a primeira nasceu como "Child of Nature" durante as sessões do "White Album", mas acabou arquivada. Já "Gimme Some Truth" foi rascunhada nos ensaios de "Let It Be", com McCartney chegando a sugerir trechos alternativos. No entanto, nenhuma das duas avançou para um registro oficial da banda. Quando finalmente apareceram no disco "Imagine", em 1971, vieram com a força e a identidade que Lennon buscava imprimir em sua nova fase.

"Jealous Guy" se destacou por sua franqueza emocional, podendo refletir sentimentos que Lennon nutria por Yoko Ono, Cynthia Lennon ou até pelo próprio McCartney. Já "Gimme Some Truth" trouxe um tom político afiado, impossível de ser diluído sem perder impacto. Ao mantê-las para si, Lennon evitou alterações que provavelmente as moldariam ao perfil coletivo dos Beatles e, no processo, transformou rejeições em algumas de suas obras mais memoráveis.
Se considerarmos que outros trabalhos de peso, como "All Things Must Pass" de George Harrison, também foram descartados pelos Beatles na época, fica claro que o crivo criativo do grupo já não funcionava como antes. Nesse contexto, a decisão de lançar essas músicas individualmente foi mais do que acertada, garantindo que cada compositor explorasse sua visão sem concessões.

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