Metallica: livro de Mick Wall traz biografia da banda
Por Rodrigo Noé de Souza
Fonte: Esporro Público 2012
Postado em 06 de agosto de 2012
O Metallica, fundada em 1981, é uma das bandas mais significativas do Rock e do Heavy Metal. Ajudou a fundar o Thrash Metal, ao lado do Exodus e Slayer, conquistou os grandes palcos e multidões de todos os cantos do mundo, vendeu mais de 100 milhões de discos, entrou no Rock And Roll Hall Of Fame 2009... Todos esses acontecimentos são detalhados em Metallica – A Biografia. Seu autor é Mick Wall, famoso escritor e crítico musical, escreveu para a Classic Rock, Mojo e The Times. Sua publicação mais famosa foi a biografia "mastodôntica" do Led Zeppelin (Quando os Gigantes Caminhavam sobre a Terra).
Mick juntou todos os dados para contar, em mais de 400 páginas, tudo o que aconteceu no final dos anos 70, quando Lars Ulrich e James Hetfield nem imaginvam que iriam formar, o que seria mais tarde, A Banda perfeita.
Nascido na Dinamarca, Lars sempre ficou na sombra do pai, Torben, tenista famoso e ganhador da Copa Davis. Por mais que ele se esforçou, o baixinho não teve êxito nas quadras, e virou um fanático pela New Wave Of British Heavy Metal. Por ser filho único e rico, Lars viajava o mundo para comprar discos de suas bandas favoritas e assistir a shows de bandas, como Deep Purple e Diamond Head, que chegou a ser íntimo com a banda. Quando teve a ideia de formar sua banda e ficar famoso.
James Hetfield veio de uma família típica americana, cujo passado foi traumático, enfrentando a separação dos pais, os ensinamentos da Ciência Cristã (que virou um problema para James), a morte de sua mãe, até ser apresentado ao Rock, quando formou bandas locais na Califórnia. Até ser apresentado ao Lars Ulrich, por intermédio do Brian Slagel (dono da Metal Blade).
Se for para analisar os dois, Lars é rico, fanático por NWOBHM e, que mais tarde, virou caçador da Napster, em 2000. James, antes um garoto tímido e atormentado pela superproteção de sua mãe, era uma mistura de Leão covarde e o Mágico de Óz, que se tornou, anos depois, o maior frontman do Rock.
Nessa biografia, histórias envolvendo os demais integrantes também são relatadas, como a saída do baixista Ron McGovney, a entrada de Cliff Burton, a troca de Dave Mustaine por Kirk Hammett, as gravações do seu primeiro registro que virou peça fundamental para o Heavy Metal, que virou referência para o cenário.
Depoimentos dos músicos não faltam, como a insatisfação de Ron por ter de sair da banda por não aguentar a pressão de ser deixado de lado, enquanto seus colegas admiravam o Cliff; Mustaine ficou mais "diabólico" ao retratar sua saída injusta (mas necessária) do Metallica, em decorrência ao abuso de drogas e álcool.
O livro tem duas partes. A primeira conta a fase clássica, quando a banda se mudou para São Francisco, para se juntar ao Thrash Metal Bay Area, ao lado do Exodus, Anthrax, Slayer e Megadeth. Além disso, Jonny e Marsha Z, na época empresários e donos da Megaforce, contam como tiveram que ajudar o Metallica, criando-os como se fossem seus filhos.
Depoimentos sobre Cliff Burton não faltam: seus pais e amigos falam sobre o sonho do baixista de ter uma banda, viajar o mundo e espalhar sua música.
Na segunda parte, no auge do Master of Puppets, o Metallica sofre um acidente na Suécia, vitimando fatalmente, o Cliff Burton. No prólogo, a terrível tragédia é contada, detalhadamente. Até hoje, ninguém sabe qual era o nome do motorista que dirigiu o ônibus que levava a banda.
Com isso, sob a vontade do baixista, James, Lars e Kirk continuaram e contrataram Jason Newsted. Sobre essa história, ele era tratado como calouro, sendo seu baixo desligado, propositalmente; seja suas roupas jogadas fora; sendo acordado de madrugada no quarto de hotel. Em todo tempo que ficou na banda, Jason co-escreveu três músicas.
Com sonhos mais altos do que um zepelim, o Metallica lançou o Black Album, que virou o Rock e o Heavy Metal, de cabeça para baixo, com direito a turnês com Guns ‘N’ Roses, que foi regada a excessos. A partir daí, foram mudanças de sons dos discos Load e Reload, brigas contra a Napster, terapia em grupo (durante as gravações de St. Anger), a escolha do baixista Rob Trujillo, até Death Magnetic devolver a confiança dos seus fãs que esperavam um registro que lembrasse os clássicos do passado.
Com uma história dessas, o Metallica precisa de uma biografia? Sim, por tudo o que ela fez para o cenário do Heavy Metal, mesmo com a perda de seu integrante mais querido, com as mudanças radicais do seu som, dos problemas que enfrentaram durante a terapia em grupo, para se levantarem e destruírem tudo. Eles procuraram, buscaram e destruíram.
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