Ramones: Trinta anos do maior sucesso, Brain Drain
Resenha - Brain Drain - Ramones
Por Mateus Ribeiro
Postado em 22 de fevereiro de 2019
Nota: 10
O ano de 1989 foi extremamente importante para os RAMONES, afinal de contas, no dia 23 de março do longínquo ano, foi lançado "Brain Drain", o disco mais bem sucedido da banda. A bolacha também é o primeiro registro de estúdio depois da volta do baterista Marky Ramone.
Musicalmente falando, "Brain Drain" é uma evolução natural dos seus antecessores. As músicas continuam sendo um pouco mais pesadas que o habitual (alguns riffs beiram o Heavy Metal), e mais bem trabalhadas do que eram alguns anos antes. As porradas "Ignorance Is Bliss" ,"Learn To Listen" e o solo de "Don´t Bust My Chops" são boas provas disso.
Porém, o principal elemento das músicas dos RAMONES se manteve presente: a diversão, que pode ser conferida em "Zero Zero Ufo", a música mais "ramônica" de todo o disco.
O carro chefe do disco é a manjada (e fantástica) "Pet Sematary", que foi trilha sonora do filme "Cemitério Maldito", e até hoje é executada nas rádios brasileiras. Porém, o disco vai muito além dessa pérola. A música que abre o disco, por exemplo, a maravilhosa "I Believe In Miracles", compete mano a mano com qualquer outro clássico como a melhor composição da banda. Outro sucesso do disco é a alegre "Merry Christmas" (I Don´t Want To Fight Tonight)", com seu clima natalino (jura?).
Por fim, as músicas que falam de amor (ou de decepções amorosas), sempre presentes nos trabalhos da banda. "All Screwed Up" tem um clima rock and roll mais antigo, e o destaque vai para seu grande refrão. Já "Come Back Baby" começa um pouco mais travada, e se solta em um refrão muito bacana. Porém, o destaque final para as baladinhas vai para "Can´t Get You Outta My Mind", uma das músicas mais subestimadas dos RAMONES. A nona faixa de "Brain Drain" mostra que é perfeitamente fazer uma canção que fala de amor demonstrar revolta, e mesmo assim, ter a sua beleza.
Esse foi, de longe, o lançamento mais maduro e sólido dos RAMONES em toda a sua longa e gloriosa carreira. Um disco que conseguiu unir as influências do passado com o que estava rolando no mundo da música naqueles dias. E mais de três décadas após seu lançamento, continua sendo ouvido e admirado, como tudo o que a banda fez.
Um clássico absoluto, para se ouvir no último volume, e relembrar o trabalho dessa galera saudosa, que infelizmente, nunca mais veremos tocando ao vivo.
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